OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
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o trêiler de
Rastros de ódio
(John Ford, 1956)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2727
Rio, 19 de julho de 2009
Rastros de ódio é mais do que um grande bangue-bangue, é mais do que uma obra-prima de John Ford magistralmente estrelada por John Wayne, é mais do que um ícone do cinema americano, é mais do que a história de uma perseguição implacável: é a história de uma obsessão. Uma terrível e dolorosa obsessão.
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o trêiler de
Rastros de ódio
(John Ford, 1956)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2727
Rio, 19 de julho de 2009
Rastros de ódio é mais do que um grande bangue-bangue, é mais do que uma obra-prima de John Ford magistralmente estrelada por John Wayne, é mais do que um ícone do cinema americano, é mais do que a história de uma perseguição implacável: é a história de uma obsessão. Uma terrível e dolorosa obsessão.
30 anos depois de sua morte
- data a ser lembrada amanhã, 20 de julho -.
nossa homenagem ao poeta e cronista natalense BW:
HOMEM SÓ
Berilo Wanderley
Além da janela, os ramos verdes
e um resto de tarde se apagando.
Mulheres de branco, os rostos parados e frios,
passam.
Algumas colhem flores friamente,
como se não colhessem flores,
Homens tristes e abandonados descem do alto da rua.
Vem do trabalho que ficou lá no fim da cidade,
e trazem para suas mulheres suor, pão quente e amor.
- data a ser lembrada amanhã, 20 de julho -.
nossa homenagem ao poeta e cronista natalense BW:
HOMEM SÓ
Berilo Wanderley
Além da janela, os ramos verdes
e um resto de tarde se apagando.
Mulheres de branco, os rostos parados e frios,
passam.
Algumas colhem flores friamente,
como se não colhessem flores,
Homens tristes e abandonados descem do alto da rua.
Vem do trabalho que ficou lá no fim da cidade,
e trazem para suas mulheres suor, pão quente e amor.
Sempre há amor nos homens quando as tardes findam.
E sempre haverá mulheres de branco apanhando flores,
quando as tardes findam.
Há amor também no homem só
que está por trás da janela
e se embala numa rede azul.
Um azul que vai e vem e que arranca do homem
uma canção que se apaga com a tarde
e que vai enchendo de noite
o entardecer do quarto.
BICHOS DA NOITE
Lou Vilela
[ in O Gato de Odete & Nudez Poética ]
No ecoar dos bichos da noite
pura poesia:
talvez susto, talvez medo
talvez amor...
ou sinfonia.
Em meu habitat enluarado
aluado
também sou bicho:
talvez coruja
talvez grilo...
ou vaga-lume
numa noite em que os bichos
inquietos
manifestam-se.
MÁSCARA
Nel Meirelles
[ in Fala Poética ]
respiro entre
o fio frio da faca
e o sabor
de lembranças
guardadas em sacos
plásticos
fujo e volto
volto e fujo
e finjo que
sou feliz
[] Penúltimo poema de Nel Meirelles,
antes de sua morte,
postado em 29/8/2006,
ao som de Mesmo sozinho, de Nando Reis []
Lou Vilela
[ in O Gato de Odete & Nudez Poética ]
No ecoar dos bichos da noite
pura poesia:
talvez susto, talvez medo
talvez amor...
ou sinfonia.
Em meu habitat enluarado
aluado
também sou bicho:
talvez coruja
talvez grilo...
ou vaga-lume
numa noite em que os bichos
inquietos
manifestam-se.
MÁSCARA
Nel Meirelles
[ in Fala Poética ]
respiro entre
o fio frio da faca
e o sabor
de lembranças
guardadas em sacos
plásticos
fujo e volto
volto e fujo
e finjo que
sou feliz
[] Penúltimo poema de Nel Meirelles,
antes de sua morte,
postado em 29/8/2006,
ao som de Mesmo sozinho, de Nando Reis []
13 comentários:
Oi Moacy!
Filme dos bons! Embora não seja meu forte.
Os poemas lindos com destaques para Lou Vilela, e Berilo (fiquei com pena do raro homem triste)
No mais tudo perfeito como o chefão do Balaio!
Beijos
Mirse
BW,
poeta para uma eternidade e meia...
Gostei.
Caro Moacy,
E é a principal obra-prima de Ford. Um início e um final antológicos; um rigor na direção de Ford, que só se encontra nos filmes grandiosos; a música de Max Steiner; a fotografia deslumbrante de Winton Hoch; um John Wayne na melhor interpretação de sua carreira. Enfim, um desses filmes que contribuiram para o cinema atingir o status de arte. Mudando: muito bom você relembrar Berilo no trigésimo aniversário de sua morte prematura e num belo poema. Um abraço.
Grande BW! Belo Balaio!
Moacy,
É sempre um prazer compor o seu balaio, essa diversidade cultural que encanta, e hoje, especialmente, ao lado de nomes que dispensam apresentação. Obrigada pelo presente, meu caro!
Mirse,
Sinto-me lisonjeada pelo apreço!
Um grande abraço a todos,
Lou
Caros amigos:
"Rastros de ódio" é o que há de beleza. Não resisto à tentação de evocar "Odisséia", "Moby Dick" e nosso "Grande Sertão: Veredas".
Abraços:
Marcos Silva
Caros amigos:
Quero reforçar ainda mais o elogio que Sobreira fez ao final de "Rastros de ódio". É o mundo do cinema tornado concreto (os personagens entrando no espaço escuro onde estamos, o personagem de Wayne indo embora). No nível daquela cena de "O encouraçado Potemkin", quando o espectador vê um barco que passa do ponto de vista do marinheiro morto. Ou simplesmente no nível de Ford.
Abraços:
Marcos Silva
a mulher do violino(abaixo) lastro de fogo; orvalho língua dentro; torrentes de mel. sim, rastro de ódio, mote de spantos; benfeitoria
Moacy, to passando apenas para admirar seu Balaio. Não precisa comentar nada, está como sempre perfeito.Um abraço pra todos.
Olá, Moacy!
Quanto ao filme, fez-me recordar meus tempos de menina, quando assistia a este gênero de filme, na companhia de meu amado paizinho. Ele adorava bangue bangue.
Hoje, entendo o filme como obra prima de Ford, talvez por ele ter se firmado mais neste gênero.
O filme é, realmente, interessante quando o assitimos com olhar mais crítico. O patriotismo exacerbado (isto os filmes americanos tem de sobra) e a questão do "racismo" com relação ao irmão adotivo do personagem central que é John Wayne... o foco sobre as mulheres tb é legal. Elas sabiam ler e escrever...
Além da trilha sonora e fotografias que, para a época em que foi rodado o filme, considero sensacionais.
Sobre os poemas...putz...adorei!
Sempre digo que somos bichos. Me identifiquei tanto com o "Bicho da Noite"...
Valeu, Moacy!
Excelente semana a você.
Muita paz! Beijossssssssssss
passando pra atrasada eitura diária. hoje te achei.
e isso aqui é sempre em bons-bocados.
evoé, porretaço :)
beijo.
faz tempo q não vejo bang bang. beijos, pedrita
Olá, Moacy!
O filme, de fato, uma obra-prima.
Os poemas, lindos! adorei!
Mas "A máscara", de Nel Meirelles, tá perfeito
"fujo e volto
volto e fujo
e finjo que
sou feliz"
Fim de semana em Caicó, pro início da Festa.
Beijos
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