CINEMA, CINEMA
Clique na imagem
para ver
uma das sequências mais sensuais
da história do cinema:
Kim Novak e William Holden
em
Picnic / Férias de amor
(Joshua Logan, 1955)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2768
Rio, 30 de agosto de 2009
Miguel Ângelo é botafogo, Leonardo é flamengo, Rafael é fluminense; Stendhal é botafogo, Balzac é flamengo, Flaubert é fluminense; Bach é botafogo, Beethoven é flamengo, Mozart é fluminense. Sem desfazer dos outros, é com eles que eu fico, Miguel, Henrique, João Sebastião. Dostoievski é botafogo, Tolstoi é flamengo (na literatura russa não há fluminense); Baudelaire é fluminense, Verlaine é flamengo, Rimbaud é botafogo; Camões não é vasco, é flamengo, Garret é fluminense, Fernando Pessoa é botafogo. Sim, Machado de Assis é fluminense, mas no fundo, debaixo da cepa cética, Machado, um bairrista, morava onde? Laranjeiras!
(Paulo Mendes CAMPOS. O gol é necessário)
DE PUNHO CERRADO
Marcelo Ikeda
[ in Cinecasulofilia ]
Vivo
De punho cerrado
Não dou tapa
Dou um murro
Amo
De punho cerrado
Não dou a face
Eu a uso
Como escudo
Meu punho fere
Qual punhal
Lança ocre
Mortal
Nesse castelo de mim mesmo
Ninguém entra
Que não seja convidado
E por entre as frestas deste punho
Não há luz
Nem poesia
Como um machado
De ourives nobre
E matéria podre
POEMA
Euclides Amaral
[ in Desmaio Público, nº 35.
Nova Iguaçu, RJ, agosto/1993 ]
Há um pouco de sangue
Nos poemas
Que ainda não escrevi.
Clique na imagem
para ver
uma das sequências mais sensuais
da história do cinema:
Kim Novak e William Holden
em
Picnic / Férias de amor
(Joshua Logan, 1955)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2768
Rio, 30 de agosto de 2009
Miguel Ângelo é botafogo, Leonardo é flamengo, Rafael é fluminense; Stendhal é botafogo, Balzac é flamengo, Flaubert é fluminense; Bach é botafogo, Beethoven é flamengo, Mozart é fluminense. Sem desfazer dos outros, é com eles que eu fico, Miguel, Henrique, João Sebastião. Dostoievski é botafogo, Tolstoi é flamengo (na literatura russa não há fluminense); Baudelaire é fluminense, Verlaine é flamengo, Rimbaud é botafogo; Camões não é vasco, é flamengo, Garret é fluminense, Fernando Pessoa é botafogo. Sim, Machado de Assis é fluminense, mas no fundo, debaixo da cepa cética, Machado, um bairrista, morava onde? Laranjeiras!
(Paulo Mendes CAMPOS. O gol é necessário)
POEmeto QUASE erótico
Jomard Muniz de Bitto
[ Recife, 2006 ]
ao eterno helenismo da américa latina
Adormeceu com cheiro de jasmins
deslizando em coxas e abraços.
O mundo aberto, rosa rubra desejante.
Sonhou esquecendo estórias do luar
de agosto incendiando olhos e mãos.
O tempo fugaz de lábios umedecidos.
Acordou sem pressentir limites do corpo
a corpo, pulsos e pernas entrelaçados.
A vida inserta e incerta em outros jardins.
Jomard Muniz de Bitto
[ Recife, 2006 ]
ao eterno helenismo da américa latina
Adormeceu com cheiro de jasmins
deslizando em coxas e abraços.
O mundo aberto, rosa rubra desejante.
Sonhou esquecendo estórias do luar
de agosto incendiando olhos e mãos.
O tempo fugaz de lábios umedecidos.
Acordou sem pressentir limites do corpo
a corpo, pulsos e pernas entrelaçados.
A vida inserta e incerta em outros jardins.
DE PUNHO CERRADO
Marcelo Ikeda
[ in Cinecasulofilia ]
Vivo
De punho cerrado
Não dou tapa
Dou um murro
Amo
De punho cerrado
Não dou a face
Eu a uso
Como escudo
Meu punho fere
Qual punhal
Lança ocre
Mortal
Nesse castelo de mim mesmo
Ninguém entra
Que não seja convidado
E por entre as frestas deste punho
Não há luz
Nem poesia
Como um machado
De ourives nobre
E matéria podre
POEMA
Euclides Amaral
[ in Desmaio Público, nº 35.
Nova Iguaçu, RJ, agosto/1993 ]
Há um pouco de sangue
Nos poemas
Que ainda não escrevi.
Repeteco / Humor involuntário
AS REGRAS DO SEXO NOS ESTADOS UNIDOS
A revista Istoé que se encontra nas bancas [agosto de 2006] publicou uma curiosa e engraçada matéria sobre As absurdas regras do sexo no país de W.C. Bushit, o maior e mais completo escrotonojentofeladaputosobostaico do mundo, hoje. Vale a pena conferir três delas, dignas da babaquice americana, recorrendo ao próprio semanário paulistano:
[] Em Nevada, "É ilegal a qualquer membro da legislatura conduzir negócios oficiais fantasiado de pênis, quando o Legislativo estiver em sessão", segundo a Lei. Mas, conforme a Istoé, "Não explica ... se o ilustre representante público pode ostentar o traje viril caso o plenário esteja em recesso".
[] Em Minnesota, por exemplo, "está totalmente proibido a um homem manter relações sexuais com um peixe vivo. No Brasil, o povão teria apelidado de Lei JK, em homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek e sua canção predileta. A lei, porém, é omissa no trato de peixes mortos".
[] Em Nova York, a sodomia não é proibida: "É perfeitamente legal até mesmo o chamado fist sex -- o ato de introduzir toda a mão ou braço no esfíncter de alguém. A exigência que se faz é que o consentimento para a perfomance seja dado na frente de testemunhas ou em documento autenticado por notário. Imagina-se que os possuidores de sangue frio suficiente para se engajar numa manobra sexual destas não terão constrangimento em levar mais dois dedinhos de prosa no cartório para oficializar o contrato".
AS REGRAS DO SEXO NOS ESTADOS UNIDOS
A revista Istoé que se encontra nas bancas [agosto de 2006] publicou uma curiosa e engraçada matéria sobre As absurdas regras do sexo no país de W.C. Bushit, o maior e mais completo escrotonojentofeladaputosobostaico do mundo, hoje. Vale a pena conferir três delas, dignas da babaquice americana, recorrendo ao próprio semanário paulistano:
[] Em Nevada, "É ilegal a qualquer membro da legislatura conduzir negócios oficiais fantasiado de pênis, quando o Legislativo estiver em sessão", segundo a Lei. Mas, conforme a Istoé, "Não explica ... se o ilustre representante público pode ostentar o traje viril caso o plenário esteja em recesso".
[] Em Minnesota, por exemplo, "está totalmente proibido a um homem manter relações sexuais com um peixe vivo. No Brasil, o povão teria apelidado de Lei JK, em homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek e sua canção predileta. A lei, porém, é omissa no trato de peixes mortos".
[] Em Nova York, a sodomia não é proibida: "É perfeitamente legal até mesmo o chamado fist sex -- o ato de introduzir toda a mão ou braço no esfíncter de alguém. A exigência que se faz é que o consentimento para a perfomance seja dado na frente de testemunhas ou em documento autenticado por notário. Imagina-se que os possuidores de sangue frio suficiente para se engajar numa manobra sexual destas não terão constrangimento em levar mais dois dedinhos de prosa no cartório para oficializar o contrato".
Repeteco / Futebol
ACONTECEU EM JARDIM DO SERIDÓ, RN
O fato narrado a seguir teria acontecido no início dos anos 50 na cidade de Jardim do Seridó, interior do Rio Grande Norte, então com 1,5 ou 2 mil habitantes. O seu time de futebol, muito respeitado nas vizinhanças, tinha como goleiro um funcionário dos Correios, o seu Garcia, ligeiramente gorducho, mas muito ágil, segundo testemunhas da época. Num jogo em Jardim contra uma das cidades vizinhas (Caicó? Parelhas? Acari? Ouro Branco? Currais Novos?), o juiz tivera a coragem de marcar um pênalti (aparentemente duvidoso) contra as cores jardinenses. O atacante adversário, conhecido por seu potente chute, preparava-se para bater a penalidade quando Garcia, em jogada bem pensada para mexer com os brios do temido goleador, resolveu ficar de costas para o sujeito. Espanto geral. Apreensão entre os torcedores. Um sol de rachar o quengo. O centro-avante, mostrando-se nervoso, reclamou perante o juiz da partida pela insólita situação provocada por nosso goleiro. Mas o juiz, na dúvida, já que desconhecia qualquer regra que impedisse que o goleiro ficasse de costas para o atacante, mandou bater o pênalti assim mesmo. E Garcia continuava de costas, no centro da meta, movimentando as pernas e os braços. Parecia um arremedo de bailarino, mal saindo do lugar. Suspense geral. Silêncio paralisante. Até as andorinhas abismaram-se no ar, acima do campo. Ao apito do juiz, Garcia virou-se de repente: o tempo necessário para encaixar a bola, chutada sem a menor força pelo atacante, que ficara desnorteado diante da inesperada situação. Pior: chutara no meio do gol. Entre gritos de puro alívio embriagador, a multidão delirava com o arqueiro da nossa pequena cidade. Mais de 50 anos depois, a dúvida permanece: terá mesmo ocorrido tão inusitada acontecença? Não sabemos, mas entre a realidade e a ficção, publique-se a ficção. Ou a lenda. Como em John Ford.
ACONTECEU EM JARDIM DO SERIDÓ, RN
O fato narrado a seguir teria acontecido no início dos anos 50 na cidade de Jardim do Seridó, interior do Rio Grande Norte, então com 1,5 ou 2 mil habitantes. O seu time de futebol, muito respeitado nas vizinhanças, tinha como goleiro um funcionário dos Correios, o seu Garcia, ligeiramente gorducho, mas muito ágil, segundo testemunhas da época. Num jogo em Jardim contra uma das cidades vizinhas (Caicó? Parelhas? Acari? Ouro Branco? Currais Novos?), o juiz tivera a coragem de marcar um pênalti (aparentemente duvidoso) contra as cores jardinenses. O atacante adversário, conhecido por seu potente chute, preparava-se para bater a penalidade quando Garcia, em jogada bem pensada para mexer com os brios do temido goleador, resolveu ficar de costas para o sujeito. Espanto geral. Apreensão entre os torcedores. Um sol de rachar o quengo. O centro-avante, mostrando-se nervoso, reclamou perante o juiz da partida pela insólita situação provocada por nosso goleiro. Mas o juiz, na dúvida, já que desconhecia qualquer regra que impedisse que o goleiro ficasse de costas para o atacante, mandou bater o pênalti assim mesmo. E Garcia continuava de costas, no centro da meta, movimentando as pernas e os braços. Parecia um arremedo de bailarino, mal saindo do lugar. Suspense geral. Silêncio paralisante. Até as andorinhas abismaram-se no ar, acima do campo. Ao apito do juiz, Garcia virou-se de repente: o tempo necessário para encaixar a bola, chutada sem a menor força pelo atacante, que ficara desnorteado diante da inesperada situação. Pior: chutara no meio do gol. Entre gritos de puro alívio embriagador, a multidão delirava com o arqueiro da nossa pequena cidade. Mais de 50 anos depois, a dúvida permanece: terá mesmo ocorrido tão inusitada acontecença? Não sabemos, mas entre a realidade e a ficção, publique-se a ficção. Ou a lenda. Como em John Ford.
12 comentários:
O mais incrível é que o Holden e a Kim não sabiam dançar, e toda a magia da sequência vem da música, da montagem e principalmente da câmera de James Wong Howe!
Kim... ai, Kim! Bons textos, como sempre! Parabéns a todos!
- Rosebud
ainda não vi picnic, nem esse do fritz lang. adorei o poema do euclides. beijos, pedrita
Bom dia, Moacy!
Lindo filme! Isto sim, é a beleza da sensualidade, sem apelar para a pornografia. Pura e linda dança. Olhos nos olhos, e ambos lindos!
Paulo Mendes, pelo que li....é gol do Fluminense, ainda bem que há BONS Botafoguenses!
Todos os poemas lindos, mas destaco o sensual de Jomard Muniz Barreto e Marcelo Ikeda: maravilhoso!
Só mesmo nos Estados Unidos, para existir regras de sexo e desse quilate!!!! Prefiro as de Seridó!
No Futebol, o que me arrepiou foram as andorinhas "abismarem-se no ar" (fantástica Narração)
Prabéns Mestre!
Beijos
Mirse
Eita, eita, Moacy, como é bom rever a então bela Kim Novak!! E neste filme ela está mais bela do que nunca. Acho que foi aí que me apaixonei pela mesma, pois a vi e pela primeira vez na tela do cine Rex no dia 03 de dezembro de 1957.
Acredito que tenha sido um amor à primeira vista.
Um abraço...
ai, ai, me deu vontade de dançar... bom domingo, moacy! bjs.
Só passando pra te dar um oi querido...ando correndo pq vou entrar pra faca na terça e estou escrevendo o mais que posso no meu livro.
um abração
Marisete zanon
Oi Moacy.
Sensacional a cena: olhares e movimentos sugestivamente incendiários.
***
Transar com peixe vivo não pode, em Minnesota. E com galinha, será que dá?
***
Por estas e outras que prefiro Paris em vez de Nova York.
***
Do Jardim do Seridó para o mundo da bola: vou repassar a tática do Garcia pro Lauro, goleiro do Inter. Vai que dá certo?
Um abraço.
meus olhos tomaram rumo ao céu de sônia, onde mora o intangível, poetas-poemas.
beijos a esse balaio!
Moa,
O humor involuntário americano é da estirpe do patético (só por conceber-se). Já a ação do goleiro é sagaz. Grande esperteza e auto-confiança que minou a do rival (se fato for...).
Abração,
Marcelo.
Fiquei como a Nydia, com vontade de dançar.
Gostoso ler os seus causos e apreciar os poemas.
Beijos e uma ótima semana.
Mestre querido, vc me fez chorar, mas qdo se chora de emoção, é bom, muito bom. E ando sensível demais.
Depois volto pra te ler e comentar mais atentamente.
Beijos no seu coração.
Postar um comentário