Falésias em Pipa - Enseada dos Golfinhos
Litoral sul do Rio Grande do Norte
Foto de Canindé Soares
in Geografia Hoje
Dica: Mirse
BALAIO PORRETA 1986
n° 2741
Natal, 4 de agosto de 2009
Eu rogo a Nossa Senhora
A Virgem da Conceição
Para levar uma nuvem
Dentro da palma da mão
E derramar suas águas
Nas terras do meu sertão.
(Agostinho Lopes dos SANTOS, 1906-1972,
in Cultura nordestina, I, de Manoel Américo Pita)
Litoral sul do Rio Grande do Norte
Foto de Canindé Soares
in Geografia Hoje
Dica: Mirse
BALAIO PORRETA 1986
n° 2741
Natal, 4 de agosto de 2009
Eu rogo a Nossa Senhora
A Virgem da Conceição
Para levar uma nuvem
Dentro da palma da mão
E derramar suas águas
Nas terras do meu sertão.
(Agostinho Lopes dos SANTOS, 1906-1972,
in Cultura nordestina, I, de Manoel Américo Pita)
LAMAÇAL
Flávio Corrêa de Mello
[ in Rio Movediço ]
O CHÃO DE MIM
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]
Flávio Corrêa de Mello
[ in Rio Movediço ]
Lá no fundo do lamaçal,
na emergência das febres,
nas veias expostas, rompidas,
lá na boca do vulcão
ou do que se assemelha ao vulcão,
mas que também pode ser ânus ou furacão,
lá, a lira ventilou a luxúria e o álcool,
os sonhos canhotos, as frituras canhestras
e a fissura ungida por fina camada de vaselina.
Movimento retorcido, jogo de cimitarras,
brados e bólides assassinos,
fricção cáustica e chamuscada,
angústia nauseada,
meteoro e morteiro
e tudo que arremata e arreda,
e leva o pó ao fim,
ao ermo com garras e rezas.
A Terra é de lama e de pó
e a lira canta o chumbo
de crianças mortas.
O verso então redobrado
retorna à espinha e retoma
a forja da vida,
o sedimento do sangue.
na emergência das febres,
nas veias expostas, rompidas,
lá na boca do vulcão
ou do que se assemelha ao vulcão,
mas que também pode ser ânus ou furacão,
lá, a lira ventilou a luxúria e o álcool,
os sonhos canhotos, as frituras canhestras
e a fissura ungida por fina camada de vaselina.
Movimento retorcido, jogo de cimitarras,
brados e bólides assassinos,
fricção cáustica e chamuscada,
angústia nauseada,
meteoro e morteiro
e tudo que arremata e arreda,
e leva o pó ao fim,
ao ermo com garras e rezas.
A Terra é de lama e de pó
e a lira canta o chumbo
de crianças mortas.
O verso então redobrado
retorna à espinha e retoma
a forja da vida,
o sedimento do sangue.
O CHÃO DE MIM
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]
O chão de mim
é pluma e cetim.
É noite em plena tarde,
é febre que arde.
É farol sem direção,
é luz na imensidão.
O chão de mim
é linguagem sem imagem
à margem
da ilusão.
O FATOR K.
Henrique Pimenta
[ in Clangoroso, blogue vascaíno ]
O jogo prometia... Januário
vazado de lacunas cruzmaltinas
e o branco Bragantino serpentário
no bote preguiçoso nem atina...
Atiça a cinza fria, não há páreo,
há tédio na torcida que culmina
com o bafo do bocejo dos otários
que pagam por desejo de botina
na bola para a quina da coruja,
que a gama vascaína não definha,
são gênios com engenho de um "Eu quero
vencer essa peleja!"; sobrepuja,
porém, uma gostosa bandeirinha.
E mais um clangoroso 0 x 0...
TRAJETO
Iara Carvalho
[ in Mulher na Janela ]
fui acontecida
desde a noite de natal
quando no cimo da árvore
cravaram espinho
pedra
e mel
morri no nome
quando não pude nadar
cantar então é um enorme
cacto
na garganta.
O FATOR K.
Henrique Pimenta
[ in Clangoroso, blogue vascaíno ]
O jogo prometia... Januário
vazado de lacunas cruzmaltinas
e o branco Bragantino serpentário
no bote preguiçoso nem atina...
Atiça a cinza fria, não há páreo,
há tédio na torcida que culmina
com o bafo do bocejo dos otários
que pagam por desejo de botina
na bola para a quina da coruja,
que a gama vascaína não definha,
são gênios com engenho de um "Eu quero
vencer essa peleja!"; sobrepuja,
porém, uma gostosa bandeirinha.
E mais um clangoroso 0 x 0...
TRAJETO
Iara Carvalho
[ in Mulher na Janela ]
fui acontecida
desde a noite de natal
quando no cimo da árvore
cravaram espinho
pedra
e mel
morri no nome
quando não pude nadar
cantar então é um enorme
cacto
na garganta.
Alguns amigos e amigas queridos - entre os quais Sheyla Azevedo e Lívio Oliveira -, além de pessoas que merecem o meu respeito - é o caso de Sérgio Vilar -, têm, generosamente, presenteado este Balaio com o Blog de Ouro. Agradecemos a todos eles pelo carinho e pela gentileza. Como parte da premiação, este vosso escriba carioca-seridoense-marciano-potiguar precisa(ria) indicar cinco blogues merecedores do selo dourado. Eis, aqui, o problema instalado; pelos menos uns 50 blogues - ou mais - merecem ser indicados, pelos mais diversos motivos. Aliás, muitos deles já foram contemplados. Sendo assim, todos aqueles que figuram em nossa Feira de Blogues sintam-se devidamente laureados. Podem copiar o selo à vontade.
11 comentários:
Bom dia, Moacy!
Que bom que indicou aonde fica o local das Falésias.
Muito lindo e obrigada!
Os poemas, sem exceção, estão muito bons.
Destaco a poetisa Maria Maria e óbvio o sonetista e mestre Henrique Pimenta.
Claro sem desmerecer nenhum outro.
Quanto ao selo, embora esteja entre os seus blogs, não vejo necessidade , nem me considero merecedora. Há quem goste, mas não é o meu caso.
No entanto agradeço a forma carinhosa e desprendida com que o faz.
Beijos, amigo
Mirse
bom dia,
sim, este é um blogue de ouroe, como diz, como todos ali na feira. veja quanta belezura. eu aqui a ler vascaínices. tem que ser de ouro pra me me meter numa dessas e com riso nos lábios.
no mais, iara me afoga qu'esse canto.
beijo :)
Oi, Moacy!
Eu nem lembrava mais desse poema. Fico feliz que o tenha resgatado para mim.
Beijos a vc e a todos.
Especial abraço a Mirse.
Maria Maria
Salve Salve O Clangoroso Vascão!
Apareci! E tô com saudade!
Adorei os poemas de hoje (TODOS!). Ainda não conhecia (conheço) o Flávio - vou passar logo, logo lá.
A dica da Mirse: que fotografia!
beijos, Moa.
Oi, Moa e galera-na(u)ta!
Obrigado por estar entre tantos seletos.
Ainda mais com um soneto futebolístico, em homenagem ao Clangoroso (ainda que tenha empatado na dita peleja) e à excelente forma física da árbitra (daí o K.) Katiuscia Mayer Berger Mendonça, do Espírito Santo.
Um abraço a todos.
Novamente, obrigado!
Olá, Moacy!
É tão agradável vir aqui, ler as coisa que você nos traz. Um trabalho de pesquisa maravilhoso que resgata valores anônimos para nosso refazimento.
É um presente vir aqui. Por isso, não precisamos recolher selos pois que já temos o ouro de seu trabalho e a gentileza de nos receber.
A prece do início é tão simples e, por isso mesmo, tão bonita. Tomara a Virgem da COnceição derrame suas bençãos sobre todos os brasileiros, indistintamente.
A foto é belíssima.
O mimo do selo, gentilmente nos ofertado é coisa de "gentleman". Uma humildade que só os grandes sabem lidar.
Obrigada.
Muita paz! Beijosssssssssss
Moa, o Balaio é de ouro mesmo... e hoje tá especial em matéria de poesia: além do Pimenta, que arrasa nos sonetos, adorei Maria, Flávio e Iara.
beijo.
olá Moacy.
Escrevi este poema quando eu passava por várias confusões. Depois larguei na gaveta e aos poucos fui reescrevendo, colocando um pouquinho ali e acolá, retirndo dali e daqui. Nem me lembro se conservei alguns versos originais, embora a essência seja a mesma: a erupção. O publiquei na semana passada e te digo: estava de mau com ele. Publiquei mais por me livrar dele. Daí você vem e o coloca aqui em claro sinal de apreciação. Rapaz, taí... agora vejo o lamaçal com outros olhos e afetos. Esse "bicho" da poesia é mesmo muito doido! a gente não tem domínio de nada mesmo.
abraçao e o poema agradece por vc ter gostado dele, com certeza.
Querido Moacy,
obrigada pela gentileza de estender meu "trajeto" pelos tapetes deste Balaio.
o poema da maria tá lindo....
beijos deste seridó enluarado!
moacy,
belos poemas e grande gesto.
apesar de botafoguense eu tenho que dizer, o soneto do henrique, retirada a paixão pelo time, está muito bom!
iara carvalho criou imagens lindíssimas com a "mulher na janela". que belo poema.
maria fez uma linda canção, muito sensível. delicada.
as palavras de flávio corrêa de mello são para serem observadas com o cuidado de várias leituras e nos dizem ser necessário conhecer mais, ir saber de quem se trata, o que mais escreveu.
me parece imperdível.
teu blog é o lugar mais democrático do planeta!
viva o balaio!
um beijo, querido.
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