OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
BALAIO PORRETA 1986
n° 2843
Natal, 15 de novembro de 2009
Grandes filmes produzidos e/ou lançados em 1983:
1. Nostalgia (Tarkovsky)
2. Prénom Carmen (Godard)
3. Pauline na praia (Rohmer)
4. O selvagem da motocicleta (Coppola)
5. O dinheiro (Bresson)
6. Zelig (Allen)
7. A balada de Narayama (Imamura)
8. Era uma vez na América (Leone)
9. O rei da comédia (Scorsese)
10. Nunca te vi, sempre te amei (Jones)
DOIS POEMAS de
Chico Doido de Caicó
Sou macho
Eu também já broxei.
Sou macho
Eu também já levei porrada.
Sou macho
Eu também já dancei tango em Mossoró.
<><><>
Homem com homem
Mulher com mulher
Pessoa com pessoa.
Tudo vale a pena
Se a foda não é pequena.
MÁXIMAS & MÍNIMAS DO BARÃO DE ITARARÉ
[ in AlManhaque, n° 3 ]
Juramento é a mais solene e grave das mentiras.
Boate é uma gafieira metida a besta.
Quem tem saúde de ferro pode um dia enferrujar.
Este mundo não é mais mundo: é imundo!
Não há amor sem beijo nem goiabada sem queijo.
Os homens são sempre sinceros.
O que acontece, porém, é que, às vezes, trocam de sinceridade.
Quem inventou o trabalho não tinha o que fazer.
Para este mundo ficar bom, é preciso fazer outro.
Anistia é um ato pelo qual o governo resolve perdoar generosamente
as injustiças e crimes que ele mesmo cometeu.
Deus dá peneira a quem não tem farinha.
Deputado come o milho, papagaio leva a fama.
A televisão é a maior maravilha da ciência
a serviço da imbecilidade humana.
Não há grandes papéis, mas grandes atores.
DISCOS QUE ME EMOCIONAM
Sem ordem preferencial
(1)
Clique na imagem
para verouvir uma sequência de
Nostalgia
(Andrei Tarkovsky, 1983)
Uma viagem interior de rara beleza estética e existencial: "Se há cinema que não se deixa reduzir a sinopses mais ou menos detalhadas, o de Andrei Tarkovsky é, certamente, dos mais ricos e singulares. Assim, por um lado, podemos dizer que Nostalgia é a história de Gortchakov (Oleg Yankovsky), um poeta russo que, na companhia de uma tradutora, Eugenia (Domiziana Giordano), procura em Itália as informações perdidas sobre a existência de um compositor russo do século XVIII; por outro lado, os verdadeiros acontecimentos não são tanto os que se podem medir por sobressaltos mais ou menos factuais, mas sim os que nos remetem para as dimensões menos visíveis do comportamento humano" (João Lopes, in Diário de Notícias).Em tempo: cf. o blogue de Milton Ribeiro para ver a beleza da atriz Domiziana Giordana.
para verouvir uma sequência de
Nostalgia
(Andrei Tarkovsky, 1983)
Uma viagem interior de rara beleza estética e existencial: "Se há cinema que não se deixa reduzir a sinopses mais ou menos detalhadas, o de Andrei Tarkovsky é, certamente, dos mais ricos e singulares. Assim, por um lado, podemos dizer que Nostalgia é a história de Gortchakov (Oleg Yankovsky), um poeta russo que, na companhia de uma tradutora, Eugenia (Domiziana Giordano), procura em Itália as informações perdidas sobre a existência de um compositor russo do século XVIII; por outro lado, os verdadeiros acontecimentos não são tanto os que se podem medir por sobressaltos mais ou menos factuais, mas sim os que nos remetem para as dimensões menos visíveis do comportamento humano" (João Lopes, in Diário de Notícias).Em tempo: cf. o blogue de Milton Ribeiro para ver a beleza da atriz Domiziana Giordana.
BALAIO PORRETA 1986
n° 2843
Natal, 15 de novembro de 2009
Grandes filmes produzidos e/ou lançados em 1983:
1. Nostalgia (Tarkovsky)
2. Prénom Carmen (Godard)
3. Pauline na praia (Rohmer)
4. O selvagem da motocicleta (Coppola)
5. O dinheiro (Bresson)
6. Zelig (Allen)
7. A balada de Narayama (Imamura)
8. Era uma vez na América (Leone)
9. O rei da comédia (Scorsese)
10. Nunca te vi, sempre te amei (Jones)
DOIS POEMAS de
Chico Doido de Caicó
Sou macho
Eu também já broxei.
Sou macho
Eu também já levei porrada.
Sou macho
Eu também já dancei tango em Mossoró.
<><><>
Homem com homem
Mulher com mulher
Pessoa com pessoa.
Tudo vale a pena
Se a foda não é pequena.
MÁXIMAS & MÍNIMAS DO BARÃO DE ITARARÉ
[ in AlManhaque, n° 3 ]
Juramento é a mais solene e grave das mentiras.
Boate é uma gafieira metida a besta.
Quem tem saúde de ferro pode um dia enferrujar.
Este mundo não é mais mundo: é imundo!
Não há amor sem beijo nem goiabada sem queijo.
Os homens são sempre sinceros.
O que acontece, porém, é que, às vezes, trocam de sinceridade.
Quem inventou o trabalho não tinha o que fazer.
Para este mundo ficar bom, é preciso fazer outro.
Anistia é um ato pelo qual o governo resolve perdoar generosamente
as injustiças e crimes que ele mesmo cometeu.
Deus dá peneira a quem não tem farinha.
Deputado come o milho, papagaio leva a fama.
A televisão é a maior maravilha da ciência
a serviço da imbecilidade humana.
Não há grandes papéis, mas grandes atores.
DISCOS QUE ME EMOCIONAM
Sem ordem preferencial
(1)
A love supreme, de John Coltrane [Impulse! 229254557-2, grav. 1964], com JC, sax tenor, McCoy Tyner, ao piano, Jimmy Garrison, ao baixo, e Elvin Jones, à bateria. Possivelmente, a obra-prima das obras-primas de Coltrane: pura magia sonora carregada da mais encantatória musicalidade/religiosidade - o encontro definitivo (ou quase) entre o jazz e a música indiana, entre a interioridade existencial e o sonho (que te quero sonho) em estado puro. "A love supreme é a nostalgia ancestral expressa numa linguagem nova, revolucionária, por um gênio da música negra" (Luiz Orlando CARNEIRO. Obras-primas do jazz. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986).
16 comentários:
Moacy e demais amigos:
Gostei muito dos versos de Chico Doido sobre a foda não ser pequena. Merece destaque a maneira poética de indicar homem com mulher sem os citar diretamente: Pessoa com pessoa (categorias que também incluem, claro, homem com homem e mulher com mulher). Coisa de poeta mesmo.
Abraços:
Marcos Silva
Bom dia, Mestre Moa! Nostalgia aqui em dose dupla: lembrei quando falamos sobre a cena da vela no nosso último encontro na Confeitaria, onde conversamos & versamos tanto com nossa musamiga Sheylinha. Salve Domingo-Domiziana de beleza incansável, admirável mulher incendiária, rainha-sol, noite-farol! Ah! Acho que houve um erro de digitação de veículo no filme de Coppola, né? Abraços!
É um gênio, esse Chico Doido!
E quanta filosofia no comentário de Maroos Silva!
Parabéns!
O comentário de Marcos Silva, preencheu as minhas lacunas nostálgicas marcadas pelo filme. Mas abaixo havia o trailler e vi também! Já não teremos mais filmes como este!
Cho Doido é o CARA!
Adorei o poema!
Bom domingo!
Beijos
Mirse
bom domingo começa no balaio! chico doido é sensato!
besos
Moacy: gosto muito de 'Nostalgia', que vi anos atrás somente em vídeo. É um filme forte e de belas imagens, assim como também 'O sacrifício', o meu preferido do cineasta.
Um abraço...
Ó pá, termina aí Chico!
Moacy,
Apesar das belas imagens, Nostalgia não me deixou muito impressionado. Talvez precise revê-lo. Gostei de ver na sua relação de grandes filmes de 83 o delicado e belo Nunca te vi... sempre te amei. Mas, olhe, como disse o Carito, o veículo do filme Coppola foi mudado na sua digitação. É motocicleta. Um abraço.
não vi nostalgia. adoro zelig do allen, é genial. beijos, pedrita
Discaço o A love supreme do Coltrane, um sopro genial. Como genial é sempre o Chico Doido.
Um grande filme, Moacy. Precisamos conversar depois, sem pressa, como Nostalgia... Obrigado pela citação.
Moa,
Belos os poemas de Chico Doido. Sapienciais. E extremamente musical a crítica ao disco de John Coltrane.
Abração,
Marcelo.
Nostalgia, grande filme com uma belíssima mulher. Por onde ela anda?
Gostei de ver entre os melhores de 83 os filmes de Rohmer, Allen, Imamura e Scorsese.
Um abraço!
Moacy e amigos:
Relendo o blog, percebi que não comentei o filme de Scorcese indicado por Moacy. Gosto muito dele. Jerry Lewis é um ator surpreendente, o contrário do estereótipo de comediante, tem horas de tragicidade pura. E o desempenho dele é uma metáfora do filme todo: rei de que mesmo?
Abraços:
Marcos Silva
a minha trilha é coltrane. meu fodedor é doido (não doído) e... tenho nostalgia do país da cocanha...
oh, sim, "nunca te vi, sempre te amei", só podia mesmo ser de 83. pra esperar/ preparar películas oníricas ;)
porreta, visse ;)
Postar um comentário