Av. Atlântica, Copacabana, Rio, em 1923
[ Foto in Café História ]
BALAIO PORRETA 1986
n° 2880
Rio, 25 de dezembro de 2009
Aprender uma cidade é, na verdade, uma coisa lenta. É preciso, entretanto, saber algumas coisas, e precisamos andar distraídos, bem distraídos, para reparar essas coisas.
(Rubem BRAGA, in Falta um pinheiro na Avenida Atlântica, 1949)
O AMOR
Safo (de Lesbos)
[ in Poesia grega e latina,
trad. Péricles Eugênio da Silva e Ramos, 1964 ]
O amor agita meu espírito
como se fosse um vendaval
a desabar sobre os carvalhos.
A LUA JÁ SE PÔS
Safo (de Lesbos)
[ in Poesia grega e latina, obra citada ]
A lua já se pôs,
as Plêiades também:
meia-noite; foge o tempo,
e estou deitada sozinha.
AGORA COMO SEMPRE
Baquílides
[ in Poesia grega e latina, obra citada ]
Agora, como sempre,
com outro é que se obtém perícia:
pois não é fácil alcançar
a porta das palavras nunca ditas.
VIVAMOS, MINHA LÉSBIA
Catulo
[ in Poesia grega e latina, obra citada ]
Vamos viver e amar-nos, minha Lésbia,
sem atribuir o mínimo valor
aos murmúrios de anciães os mais severos.
Os sóis podem morrer e retornar;
mas quando morre a nossa breve luz
dormimos uma só e perpétua noite.
Dá-me pois beijos mil, mais cem depois,
logo mil outros, e um segundo cento,
em seguida outros mil, mais cem depois.
Quando o número andar por muitos mil,
melhor é não saber, perder a conta:
assim ninguém nos dará azar, de inveja,
sabendo quantos beijos nos trocamos.
[ Foto in Café História ]
BALAIO PORRETA 1986
n° 2880
Rio, 25 de dezembro de 2009
Aprender uma cidade é, na verdade, uma coisa lenta. É preciso, entretanto, saber algumas coisas, e precisamos andar distraídos, bem distraídos, para reparar essas coisas.
(Rubem BRAGA, in Falta um pinheiro na Avenida Atlântica, 1949)
O AMOR
Safo (de Lesbos)
[ in Poesia grega e latina,
trad. Péricles Eugênio da Silva e Ramos, 1964 ]
O amor agita meu espírito
como se fosse um vendaval
a desabar sobre os carvalhos.
A LUA JÁ SE PÔS
Safo (de Lesbos)
[ in Poesia grega e latina, obra citada ]
A lua já se pôs,
as Plêiades também:
meia-noite; foge o tempo,
e estou deitada sozinha.
AGORA COMO SEMPRE
Baquílides
[ in Poesia grega e latina, obra citada ]
Agora, como sempre,
com outro é que se obtém perícia:
pois não é fácil alcançar
a porta das palavras nunca ditas.
VIVAMOS, MINHA LÉSBIA
Catulo
[ in Poesia grega e latina, obra citada ]
Vamos viver e amar-nos, minha Lésbia,
sem atribuir o mínimo valor
aos murmúrios de anciães os mais severos.
Os sóis podem morrer e retornar;
mas quando morre a nossa breve luz
dormimos uma só e perpétua noite.
Dá-me pois beijos mil, mais cem depois,
logo mil outros, e um segundo cento,
em seguida outros mil, mais cem depois.
Quando o número andar por muitos mil,
melhor é não saber, perder a conta:
assim ninguém nos dará azar, de inveja,
sabendo quantos beijos nos trocamos.
11 comentários:
um antropólogo disse que para viver uma cidade é preciso se perder nela. eu acrescento que a gente precisa se perder nas coisas para saboreá-las. um balaio sempre iluminado. Abraço.
Belos poemas. Viva a Grécia. Ótimo Natal. Abs.
Saudações Moacy Cirne,
ei moço, de volta à cidade maravilhosa, linda a foto do passado
Tudo de bom prati neste final de 2009 e para 2010 muitas belezas, poesias, poemas, muitas vidas, alegrias
e vamos nós, como você disse/escreveu À LUTA, À LUTA
sempre sempre
vindo aqui
beijo e abraço
Oi Moacy!
Linda a foto! E é verdade, é distraída que percebo o que falta, principalmente no pontal do LEME.
Belos poemas.Viva a Grécia!
Feliz Natal
Beijos
Mirse
muita boa a sequência de gregos e latinos
safo de lesbos é uma que me arrepia literalmente quando leio rs
Moacy, um haicaizinho que fiz:
nem trovões raivosos
nem árvores magoadas
chuva de verão
Abração
mestre,
palavras de tempo e prestígio, grécia ontem e para sempre, assim como tudo o que nasce para perpetuar a qualidade.
um show tua postagem!
aproveito para agradecer pela constante presença no ano de 2008 e desejar toda a felicidade do mundo para você, querido!
obrigada por acolher e abrigar meus versos e por me dar tantas oportunidades de enriquecimento com o teu balaio.
um beijo!
Como dizia Leminski: "distraídos venceremos". Um FELIZ NATAL, Moacy! Um balaio de poesia todo dia!
voltou e voltei, ehehe
Saudações Moacy,
também desejo a todas e todos que você trás prá cá, em imagens palavras, aos vivos um final de 2009 e um 2010 arretado de porreta
bem, e aos que se foram, a lembrança bem vinda para que a história não seja esquecida
grande abraço a tod@s
caraca, a lébia aqui tá em gozo...
um cheiro :)
VIVA O AMOR! (Sempre me chamou a atenção a proximidade com o hai-kai dos "epigramas" dantanho.)
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