Stanimir Luchkov
BALAIO PORRETA 1986
n° 2907
Rio, 21 de janeiro de 2010
A sabedoria humana tolamente se empenha em restringir o número e o sabor dos nossos prazeres, ao passo que se mostra judiciosamente engenhosa em dissimular ou embelezar os males da existência, atenuando-lhe os efeitos.
(Michel de MONTAIGNE. Ensaios, 1580-88)
OLHARES
Lou Vilela
[ in Nudez Poética ]
o que me (im)pulsa:
esta fome de horizontes.
PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 10 / 43 )
Moacy Cirne
As mil e uma noites (autoria anônima)
Poema de Gilgamesch (autoria anônima)
Ramayana (/atribuído a/ Valmiki)
Bíblia de Jerusalém (autoria anônima)
Almas mortas (Gogol, 1842)
Pedro Páramo (Rulfo, 1955)
O processo (Kafka, 1925)
Pé na estrada (Kerouac, 1957)
Mr. Natural (Crumb, 1967)
Zeferino & Graúna (Henfil, 1972)
MADRIGAL UNÍSSONO
Assis Freitas
[ in Mil e Um Poemas ]
escuta a eternidade
que há neste vale:
a voz da folhagem
faz sussurro na
pele dos pássaros
PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 11 / 43 )
Moacy Cirne
O ofício de viver (Pavese, 1952)
O pensamento selvagem (Lévi-Strauss, 1962)
La revolution du langage poétique (Kristeva, 1974)
Mensajes revolucionarios (Artaud, 1971)
Orgulho e preconceito (Austen, 1813)
Orlando (Woolf, 1928)
O morro dos ventos uivantes (Bronte, 1847)
Laços de família (Clarice Lispector, 1960)
O horror de Dunwich (Lovecraft, 1929)
Alice no país das maravilhas (Carroll, 1865)
POÇÃO
Mercedes Lorenzo
[ in Cosmunicando ]
o bruxo me esperava
sentado no abismo
sorrindo
quando fez-se ponte
da fonte ao cálice
entre pequenas mortes
fez-me álibi.
PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 12 / 43 )
Moacy Cirne
A volta ao mundo em 80 dias (Verne, 1873)
Os frutos dourados do sol (Bradbury, 1953)
Vigiar e punir (Foucault, 1975)
A ética protestante e o espírito do capitalismo (Weber, 1905)
Políticas da escrita (Rancière, 1995)
Geografia do subdesenvolvimento (Lacoste, 1965)
Sentimento e forma (Langer, 1953)
O que é a literatura (Sartre, 1948)
Cinema, arte e ideologia
(Entrevistas: Bresson, Godard, Straub, Rocha, 1975)
Vozes do século - New Left Review
(Entrevistas: Althusser, Chomsky, Lukács, Sartre, 1997)
Se um filme não serve para abrir os olhos e os ouvidos
das pessoas, para que serve?
(Jean-Marie Straub, in Cahiers du cinéma 223, ag.-set. 1970,
cf. Cinema, arte e ideologia, 1975)
As transformações na filosofia são sempre reflexos de grandes descobertas científicas. ... O combate filosófico pelas palavras faz parte do combate político.
(Louis Althusser, in L'Unitá, fev 1968,
cf. Vozes do século - New Left Review, 1997)
CANSAÇO
Jeanne Araújo
BALAIO PORRETA 1986
n° 2907
Rio, 21 de janeiro de 2010
A sabedoria humana tolamente se empenha em restringir o número e o sabor dos nossos prazeres, ao passo que se mostra judiciosamente engenhosa em dissimular ou embelezar os males da existência, atenuando-lhe os efeitos.
(Michel de MONTAIGNE. Ensaios, 1580-88)
OLHARES
Lou Vilela
[ in Nudez Poética ]
o que me (im)pulsa:
esta fome de horizontes.
PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 10 / 43 )
Moacy Cirne
As mil e uma noites (autoria anônima)
Poema de Gilgamesch (autoria anônima)
Ramayana (/atribuído a/ Valmiki)
Bíblia de Jerusalém (autoria anônima)
Almas mortas (Gogol, 1842)
Pedro Páramo (Rulfo, 1955)
O processo (Kafka, 1925)
Pé na estrada (Kerouac, 1957)
Mr. Natural (Crumb, 1967)
Zeferino & Graúna (Henfil, 1972)
MADRIGAL UNÍSSONO
Assis Freitas
[ in Mil e Um Poemas ]
escuta a eternidade
que há neste vale:
a voz da folhagem
faz sussurro na
pele dos pássaros
PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 11 / 43 )
Moacy Cirne
O ofício de viver (Pavese, 1952)
O pensamento selvagem (Lévi-Strauss, 1962)
La revolution du langage poétique (Kristeva, 1974)
Mensajes revolucionarios (Artaud, 1971)
Orgulho e preconceito (Austen, 1813)
Orlando (Woolf, 1928)
O morro dos ventos uivantes (Bronte, 1847)
Laços de família (Clarice Lispector, 1960)
O horror de Dunwich (Lovecraft, 1929)
Alice no país das maravilhas (Carroll, 1865)
POÇÃO
Mercedes Lorenzo
[ in Cosmunicando ]
o bruxo me esperava
sentado no abismo
sorrindo
quando fez-se ponte
da fonte ao cálice
entre pequenas mortes
fez-me álibi.
PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 12 / 43 )
Moacy Cirne
A volta ao mundo em 80 dias (Verne, 1873)
Os frutos dourados do sol (Bradbury, 1953)
Vigiar e punir (Foucault, 1975)
A ética protestante e o espírito do capitalismo (Weber, 1905)
Políticas da escrita (Rancière, 1995)
Geografia do subdesenvolvimento (Lacoste, 1965)
Sentimento e forma (Langer, 1953)
O que é a literatura (Sartre, 1948)
Cinema, arte e ideologia
(Entrevistas: Bresson, Godard, Straub, Rocha, 1975)
Vozes do século - New Left Review
(Entrevistas: Althusser, Chomsky, Lukács, Sartre, 1997)
Se um filme não serve para abrir os olhos e os ouvidos
das pessoas, para que serve?
(Jean-Marie Straub, in Cahiers du cinéma 223, ag.-set. 1970,
cf. Cinema, arte e ideologia, 1975)
As transformações na filosofia são sempre reflexos de grandes descobertas científicas. ... O combate filosófico pelas palavras faz parte do combate político.
(Louis Althusser, in L'Unitá, fev 1968,
cf. Vozes do século - New Left Review, 1997)
CANSAÇO
Jeanne Araújo
Hoje, estou pequena demais. Cansa-me a casa, o quarto, a rudeza do dia. Tudo é vidro estilhaçado junto à janela. Pesa-me a alma. Pesa-me tanto que me torno impossível de um ato de carinho. Não quero mais esse rosto de tantos anos. Também não quero a maturidade de quem já sabe o que fazer com quadros antigos. Quero a criança que fui, tão constrangida. Quero o colo de minha mãe pra deitar-me como a primeira vez. Quero a leveza das coisas pra poder respirar e pular as janelas, inclusive as que dão aos abismos. Eu não sou uma flor. Sou uma mulher com muitos espinhos.
17 comentários:
da não-tola sabedoria de Montaigne ao cansaço lírico de Jeanne, não sei dizer se este Balaio tem uma po(r)ção de mim ou eu dele...
Lou acertou em cheio: todas as fomes daí procedem.
A biblioteca é porretíssima, e ficou leve a leitura intercalada com os poemas... adorei esse novo layout, Moa.
Estou de volta, matando a saudade, pondo em dia a leitura... e mais do que qualquer coisa, refrescando aquela sensação gostosa de saber que há pessoas como você, trazendo coisas essenciais pra nós.
Grande beijo e obrigada (again!)
da bela imagem ao cansaço, passando por olhares, poções, madrigais e livros, tudo é porreta neste balaio!
besos
Bom dia Moacy!
Uma quinta com Balaio MARAVILHA!
A definição de Montaigne é perfeita,
Lou Vilela sempre certeira, Assis freita e Mercedes Lorenzo show de poesia. Jeanne Araujo leu meus pensamentos, mas escreve bem demais!
A biblioteca fica ainda no meu sonho, com algumas exceções.
Seu questionamento sobre "um filme" é perfeito. Quando não sinto nada, simplesmente saio. Por isso as indicações de quem conhece, são fundamentais para quam ama a sétima arte.
Beijos
Mirse
eu adoro o processo de kafka. amei tb o inacabado o castelo. beijos, pedrita
Sempre do bom - e do melhor!
Preciosas citações/indicações, meu caro. Mercedita e Assis, porretíssimos! Quanto à Jeanne, seu belo texto me levou a seu blog: além de boa escritora, é do meu Rio Grande do Norte, especificamente, do município onde a minha mãe nasceu e passou parte da juventude. ;)
Cheiros balaiados procê!
Vendo esta Biblioteca Porreta em construção, livros cada vez mais atuais nos tempos de hoje, Pound não exagerou quando chamou de antenas da raça.
Queria os Olhares da Lou, a Poção de Mercedita e o Cansaço da Jeanne. Mas me satisfaço de estar entre eles. Obrigado mestre.
duchampiana
p/Lau Siqueira
Marize Castro
Manuel Bandeira
Haroldo de Campos
João da Mata
Gregório Simpsons
Poesia Sim
Gregório de Matos Guerra
Alma Fresca
DUCHAMPIANÍSSIMA
Líria Porto
Alma Fresca
O Tácito Costa, do Substantivo Plural, abonando uma idéia meio fascitóide do Pedro Doria, pensa em bloquear os comentários dos usuários dos blogues.Qué isso,meu.Viva a doce anarquia deste balaio.
Tales Fontes
eu adoro ler comentários sobre/ de outros blogues aqui, VIVA A BALAIADA!
e nem todo cansaço me deixava de lerGogol, Kafka, Kerouac, Henfil, Foucault, Sartre, Althusser, Lukács, Marx... até mesmo o matusquela Weber.
preciso de um bom álibi pra esse uníssono ...
cheiro.
nossa...laços d família é muito bom....lispector é profunda demais....
uma leitura muito intensa...
adorei a bela imagem....uma nudez linda e poética.....
*lindíssinas citações.....
belo post querido....
DUCHAMPIANO
(lerouvirdizermaldizersilenciosamenteamantissimamenteamen)
NINA RIZZI
Oh... que coisa mais linda pra se ler num dia em que eu grito na fortalezabela:
WHATPORRAISTHIS?!?!?!?!
posso descalçar as nuvens?
(isso vai dar outro poema, mas amanhã, conjugando e ellenizando este ;)
DUCHAMPIANISSIMAMANTE o d o r e s p o r r e d i z :- n i n a r i z z i
DOUBLET anaís nïn ï ï ï nina rizzïïï
Nossa... Quase perdi este Balaio. Do começo ao fim, brilhante. beijoo
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