terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


Rio que te quero Rio:
eis o meu mundo carioca,
em Laranjeiras
(Gen. Glicério/Gen. Cristóvão Barcelos;
aqui tem de tudo, até orelhões.
)
Fotos:
Osmar Carioca


BALAIO PORRETA 1986
n° 2920
Rio, 2 de fevereiro de 2010

não esqueças nunca
o gosto solitário
do orvalho
(Matsuo BASHÔ, cf. Suave Coisa)


RESTOS
Ildásio Tavares
[ cf. Leitora crítica ]

Há um resto de noite pela rua
Que se dissolve em bruma e madrugada.

Há um resto de tédio inevitável
Que se evola na tênue antemanhã.

Há um resto de sonho em cada passo
Que antes de ser se foi, já não existe.

Há um resto de ontem nas calçadas
Que foi dia de festa e fantasia.

Há um resto de mim em toda parte
Que nunca pude ser inteiramente.

PQNA PLÊIADE
Pedro Ramúcio


Com a palavra, Guimarães Rosa.
Com a ideia, Nelson Rodrigues.

Com o sentimento, Drummond.

Com a ficção, Fernando Pessoa.


Comigo a poesia ficou rouca...


PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 37 / 43 )

Hoje sou um; e amanhã outro (Qorpo Santo, séc. XIX)
Eles não usam black-tie (Gianfrancesco Guarnieri, 1958)
A visita da velha senhora (Dürrenmatt, 1955)
Bodas de sangue (Lorca, 1933)
Um bonde chamado desejo (Williams, 1947)
A morte do caixeiro-viajante (Miller, 1949)
Mãe coragem e seus filhos (Brecht, 1939/1941)
Galileo Galilei (Brecht, 1939/1943)
Romeu e Julieta (Shakespeare, 1597)
Ricardo III (Shakespeare, 1602)


ESTÁTUAS
Suzana Vargas
[ in Germina Literatura ]

Teses de estética e
vestidos justos na noite calígola.

A América em minissaias
mais revela que esconde suas

colunas romanas. Existe um mapa:
é preciso ser paciente até

que algum desavisado
nos descubra

ALÉM das coxas.


PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 38 / 43 )

O Capital, 1 (Marx, 1867)
O anti-Dühring (Engels, 1878)
Matéria e memória (Bergson, 1896)
O declínio do Ocidente (Spengler, 1922)
O nascimento da tragédia (Nietzsche, 1872)
Psicopatologia da vida cotidiana (Freud, 1904)
Ensaio sobre o entendimento humano (Locke, 1690)
Dicionário filosófico (Voltaire, 1764)
A capacidade política das classes operárias (Proudhon, 1865)
A situação da classe trabalhadora na Inglaterra (Engels, 1845)

16 comentários:

Unknown disse...

Moacy:

Gostei muito de ver O velho Engels de "Situação da classe trabalhadora em Inglaterra" em sua biblioteca porreta. Considero esse livro muito inspirador até hoje, a História aparece materializada em moradia, roupas, alimentação, corpo...
Abraços:

Marcos Silva

BAR DO BARDO disse...

bom
om om om

Francisco Sobreira disse...

Caro Moacy,
Esses recantos dão um certo ar de bucolismo, com uma sensação de tranqulidade numa cidade agitada e violenta. Você escolheu bem um local pra morar. Quanto aos poemas, gostei do de Ildásio. Um abraço.

P.S. Mais um Fla x Flu para ficar na história desse clássico, hem?

nina rizzi disse...

"Alô, alô, responde!"! até orelhões? eu soi doida por orelhões, doidadoidinha.. tenho vários textos que remete a eles. um dia eu terei um em minha casa... rsrsrs... gostei do verde, sinto falta por aqui...

sua biblioteca continua a nos salvar, com marx, engels, nietzsche, proudhon, voltaire a até locke, olha qie lindo: "tudo deriva da experiência", aos experimentalismos ;)

fico com a suzana vargas, com esse quê de geotudosgrafia. e os ramos do cio :)

um beijo.

Unknown disse...

O Rio é o Rio PONTO!

Bibliotecas selecionadíssimas.

Os poetas todos muito bons, mas gostei muito de Ildásio Tavares!


Beijos, Moa

Tenha um dia lindo!

Mirse

Dilberto L. Rosa disse...

Muito interessantes isso: um eterno fichário virtual com o suprassumo do etéreo e eterno numa Biblioteca Porreta! Legal a lembrança de peças inesquecíveis e perfeitas também como Literatura... E Laranjeiras é mesmo tão aprazível, não? Abração, caro amigo fluminense!!!

Unknown disse...

Balaio com o mestre Ildásio Tavares é bom demais. O Ramúcio e a sua plêiade. Biblioteca com socialismo utópico e científico. Laranjeiras é um oásis. Abraço.

o refúgio disse...

Eita, Moacy, Laranjeiras me parece uma beleza. Gostei muito do poema Restos.
Beijos

Cosmunicando disse...

o lugar é lindo, Moa... e o balaio de hoje tá um mar de lirismo :)
beijo

Mme. S. disse...

Saudades de vir aqui...
beijos, S.

Sebastião Vicente disse...

Engraçado, o seu Rio de Janeiro de Laranjeiras é a cara das superquadras do Plano Piloto de Brasília. Quase me engana, rapaz!

Pedrita disse...

o bairro de laranjeiras é lindo mesmo. beijos, pedrita

líria porto disse...

já fui à feira livre de laranjeiras - tinha de tudo!!!

gostei de ler aqui os versos do meu mais recente e lindo amigo - pedro ramúcio!!!

besos

Jarbas Martins disse...

Comentário meu em Ellenismoa:

Atenção, Nina Rizzi, meu irmão e
companheiro de jornadas,Moacy Cirne,meu ex-amigo e dulcíssimo inimigo Francisco Sobreira, a quem peço perdões,Assis Freitas, que tenho a honra,como tudo de bom, eterno e prazeroso, de conhecer através do Balaio Vermelho,atenção blogues culturais, parceiros e leitores de Ellenismos, atenção Tácito do Substantivo Plural, meu amigo e editor Abimael Silva (que teve a honra de conhecer Nina Rizzi em Caicó) façamos alguma coisa para evitar que as geniais postagens de Nina Rizzi desapareçam aos poucos, por falta de recursos.Que fazer? Assis Freitas já lançou uma idéia, acho justa e ESTOU DISPOSTO A COLABORAR
FINANCEIRAMENTE.Nina Rizzi não é só uma grande poeta e jornalista, é uma ética e corajosa militante política.E suas armas são a grande arte e as idéias que dissemina. Essa campanha deve partir de nós,seus admiradores e amigos, ela apenas expôs os fatos, explicando os motivos porque as postagens estavam ficando raras.Vamos lá, admiradores e amigos da Nina Rizzi.

Vais disse...

Saudações Moacy,
quanto verde em Laranjeiras, que belo de lugar escolhido pra morar.
Fantástica a arte da Arlete, tem umas artes que me mexem mais, índios, negros, do nosso nordeste mineiro, brasileiro
imagens palavras sempre com bom gosto neste Balaio
abraço prati

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

Moacy,
Agradeço a grande honra de me postares no Balaio, minha pqna plêiade assim até parece que quer crescer: cresceu...
Agradeço ao Assis Freitas, à Nina dos cios, à Líria dos portos, pela deferência a esse humilde rabiscador de quimeras, bem como a todos que passaram, mesmo que de passagem, suas retinas por meus versos roucos...
Agradeço ainda se eu puder participar da campanha proposta por Assis Freitas e defendida pelo Jarbas Martins...
Agradeço pelas imagens das "Laranjeiras", que não conheço, mas tudo ali me lembrou Nelson Rodrigues (com suas ideias só suas) e o mestre do futebol Telê Santana, os dois tricolores da minha predileção...
E deixo minhas escusas por ter vindo só hoje, deliciar-me aqui...

Obrigado sempre e abraço mineiro,
Pedro Ramúcio.