por Sandra CAMURÇA
[ in O Refúgio ]
O rio freveu a noiteira e vi ouvi borbulhas doiradas dos metais sonoros - timbres frevendo em jazzeanas canções. Da ponte saltei e mergulhei fundo no fundo das águas do rio que corre na cidade estuário onde deságua nobreza de ritmos, tons, batuques e metais penetrando meus orifícios possíveis impossíveis...Voltei à tona feliz e desnuda de preconceitos: rasgaram-me as vestes de pudores musicais.
BALAIO PORRETA 1986
nº 1961
Natal, 27 de fevereiro de 2007
Poema/Processo, 40 anos
PAGAR O QUÊ?
por Hugo MACEDO
[ in Beco Estreito. Natal, 2006, p.29 ]
Mané Bonitim [de Parelhas, RN] estava "doido" pra tomar uma de cana na festa de Acari [cidade vizinha, em pleno Seridó]. Mas, como não tinha um tostão no bolso, não contou conversa: com sua astúcia, chegou no bar central da cidade, e pediu ao balconista:
- Bota aí um café, cabra!
O inocente homem atendeu de prontidão, mas, antes mesmo do primeiro gole, Bonitim falou:
- Amigo, você poderia trocar o café por uma chamada de cana? Parece que a festa tá boa, né?
- É, posso. Disse o acariense.
Aproveitando a distração do atendente, Mané Bonitim engoliu a cachaça de uma só vez e foi saindo de fininho sem pagar, quando o dono do bar o abordou já na calçada:
- Ei! Pague a cachaça, rapaz!
- Que cachaça? Eu não troquei pelo café?
- Então, pague o café!
- E eu bebi café?
7 comentários:
Rapaz, eu fico toda abestada quando você publica um texto meu no Balaio. Obrigada, Moacy.
Beijos ;-)
Acho que esse bar é perto aqui de casa...rsrs...
Moacy, querido, um convite: amanhã (01/03) haverá a entrega de prêmios do Concurso Zila Mamede de Poesia, lá na A.S. Livros, às 18h. Estaremos lá e gostaríamos muito, se você ainda estiver em Natal e puder ir, de ver você, te conhecer e trocar idéias. Seria muito bom!
Aguardo resposta pensada com carinho!
Um grande beijo!
Caríssima Iara: Puxa vida, lamento profundamente, mas -- através de declaração pública, postada aqui mesmo no Balaio -- só voltarei a freqüentar a A.S. Livros em setembro. Por quê? Em setembro do ano passado, a A.S. prestigiou o livro de um torturador da época da ditadura, ao lançá-lo festivamente. Em sinal de protesto, fiz a declaração em pauta. E pretendo segui-la ao pé da letra. Lamento, mais uma vez. De qualquer maneira, todo o sucesso do mundo pra você. E parabéns, claro. Um beijo.
Tem problema não, Moacy. Admiro a atitude de protesto - da qual não tinha conhecimento - e aprovo em absoluto. Com certeza, teremos outras oportunidades!
Um forte abraço!
Essa estória eu conhecia dum moleque acariense, em terras parelhenses, comendo chocolate trocado por dois chicletes. Sem pagar, claro.
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