Foto de Fátima Silveira
in 1000 Imagens
BALAIO PORRETA 1986
nº 2147
Rio, 26 de outubro de 2007
PECADOS INTERIORANOS
4º - Ira
de Paulo de Tarso Correia de Melo (RN)
[ in Rio dos homens, 2002 ]
Ah, minha filha,
eu sou assim:
quando tenho raiva de uma pessoa,
tenho raiva da pessoa,
da menina da pessoa
e da boneca da menina da pessoa.
UM POEMA CANTADO NA NOITE: IV
de Tanussi Cardoso (RJ)
[ in Exercício do olhar, 2006 ]
é no osso das nuvens
no ar das flautas doces
na noite que nada espera
que o poema desespera
MANCHETES QUE ABALARAM O MUNDO
de Max Nunes (RJ)
[ in Uma pulga na camisola, 1996 ]
Tarado come maçã e ataca donzela no Paraíso.
Desfalcada a seleção da Grécia.
Acertaram o calcanhar de Aquiles.
Ainda não foram encontrados os restos mortais
do chinês que inventou a pólvora.
Navegador português sem radar descobre o Brasil.
Luís XV ganha o primeiro lugar
na categoria luxo do Baile de Sodoma.
DE GOETHE
[ dos Arquivos de Macária, 1829. ]
Os enigmas dos caminhos da vida não se deve nem se pode revelá-los. Há pedras de escândalo nas quais um viajante poderia tropeçar. O poeta porém alude a esses lugares.
[in Máximas e reflexões. Lisboa : Guimarães editores, 1987, p.159 ]
6 comentários:
A foto, Moacy, eu pesquei no Google. O nome da mesma é 'Incêndio'. Seu autor: Bryce Lankard.
Um abraço...
Caramba Moacy. Tudo aqui tá perfeito.
"o osso das nuvens" é uma metáfora riquíssima.
E as frases? Morri de sorrir aqui, sozinha, lendo-as.
Beijos pra vc.
E as frases? Morri de sorrir aqui, sozinha, lendo-as.
Tá certa essa construção gramatical?
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsr
Moacy, a respeito das manchetes: para o jornal Zero Hora o RS é o centro do mundo; a humanidade avança a partir da ação determinada dos gaúchos. Pois bem, tendo isto em vista sabe qual a manchete de ZH na manhã do dia do fim do mundo?
RS ACABA HOJE
***
É isso aí. Um abraço e um bom findi.
Caro Moacy,
Muito boas as "Manchetes" do grande Max Nunes. Gostei, especialmente, das duas primeiras. E como não concordar com Goethe? Os mistérios, os enigmas da vida não podem ser desvendados. Ao poeta, ao artista,por extensão, cabe apenas aludir a eles. Um abraço.
moacy,
adoro a poesia
de paulo
e gosto especialmente
deste poema.
Abração
e é sempre bom
ler seu blog
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