OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
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o trêiler original de
Deus e o diabo na terra do sol
(Glauber Rocha, 1964):
para muitos,
o mais impactante filme nacional,
ao lado de
Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963) e
Terra em transe (Rocha, 1967).
Acrescentaríamos um quarto título:
Porto das Caixas (Paulo César Saraceni, 1962).
BALAIO PORRETA 1986
n° 2671
Rio, 24 de maio de 2009
Neste filme [Deus e o diabo na terra do sol], o autor desenvolve um lirismo frenético de natureza encantatória (o papel da música [Villa-Lobos e Sérgio Ricardo], dos coros populares, é preponderante) que conquistou a admiração
de Buñuel e de Fritz Lang.
(Claude BEYLIE. As obras-primas do cinema, 1987)
OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
Neste número do Balaio iniciamos a série Obras-primas do cinema, destacando um filme por semana, preferencialmente aos domingos. Decerto, levamos em consideração elementos estéticos que passam por nossa formação cultural, por nossas vivências literárias e cinematográficas, por nossa visão do real e do social - e da própria estética, que, para nós, parte de fundamentos semiológicos e marxistas. Sempre relativizamos nossas opiniões sobre os melhores filmes que já vimos, opiniões essas sujeitas a novas leituras e novas revisões. Nunca o negamos. Claro, pelo menos para nós, há aqueles filmes que são definitivos, que sempre são lembrados. Um exemplo, a título de curiosidade: em 1991, quando adquirimos a edição brasileira do livro de Claude Beylie, anotávamos em sua primeira página os nossos 13 filmes preferidos, assim especificados:
1. A aventura (Antonioni)
2. Ano passado em Marienbad (Resnais)
3. Cidadão Kane (Welles)
4. A grande ilusão (Renoir)
5. O homem da câmera (Vertov)
6. Outubro (Eisenstein)
7. My darling Clementine (Ford)
8. O tesouro de Sierra madre (Huston)
9. Viver a vida (Godard)
10. Tempos modernos (Chaplin)
11. Hiroshima, meu amor (Resnais)
12. Eclipse (Antonioni)
13. Deus e o diabo na terra do sol (Rocha)
Hoje apontamos os seguintes, todos eles vistos até 1991,
mas revistos nos últimos anos:
1. A aventura (Antonioni)
2. Um dia no campo (Renoir)
3. Persona (Bergman)
4. Ano passado em Marienbad (Resnais)
5. Eclipse (Antonioni)
6. Crônica de Ana Madalena Bach (Straub & Huillet)
7. Rastros de ódio (Ford)
8. 2001: uma odisséia no espaço (Kubrick)
9. Madre Joana dos Anjos (Kawalerowicz)
10. Cidadão Kane (Welles)
11. Viver a vida (Godard)
12. Era uma vez no Oeste (Leone)
13. Deus e o diabo na terra do sol (Rocha)
Em tempo:
Nossa relação de filmes preferidos - em sendo apenas 13 títulos - não contempla, necessariamente, os diretores que mais apreciamos, que no momento são: 1) Antonioni, Bergman, Ford, Godard, Renoir e Welles; 2) Bresson, Buñuel, Dreyer, Keaton, Kubrick, Rossellini, Straub & Huillet e Visconti; 3) Cassavetes, Coppola, Eisenstein, Hawks, Lang, Mizoguchi, Ray, Resnais, [Glauber] Rocha, Rohmer, Tarkovski e Vertov.
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o trêiler original de
Deus e o diabo na terra do sol
(Glauber Rocha, 1964):
para muitos,
o mais impactante filme nacional,
ao lado de
Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963) e
Terra em transe (Rocha, 1967).
Acrescentaríamos um quarto título:
Porto das Caixas (Paulo César Saraceni, 1962).
BALAIO PORRETA 1986
n° 2671
Rio, 24 de maio de 2009
Neste filme [Deus e o diabo na terra do sol], o autor desenvolve um lirismo frenético de natureza encantatória (o papel da música [Villa-Lobos e Sérgio Ricardo], dos coros populares, é preponderante) que conquistou a admiração
de Buñuel e de Fritz Lang.
(Claude BEYLIE. As obras-primas do cinema, 1987)
OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
Neste número do Balaio iniciamos a série Obras-primas do cinema, destacando um filme por semana, preferencialmente aos domingos. Decerto, levamos em consideração elementos estéticos que passam por nossa formação cultural, por nossas vivências literárias e cinematográficas, por nossa visão do real e do social - e da própria estética, que, para nós, parte de fundamentos semiológicos e marxistas. Sempre relativizamos nossas opiniões sobre os melhores filmes que já vimos, opiniões essas sujeitas a novas leituras e novas revisões. Nunca o negamos. Claro, pelo menos para nós, há aqueles filmes que são definitivos, que sempre são lembrados. Um exemplo, a título de curiosidade: em 1991, quando adquirimos a edição brasileira do livro de Claude Beylie, anotávamos em sua primeira página os nossos 13 filmes preferidos, assim especificados:
1. A aventura (Antonioni)
2. Ano passado em Marienbad (Resnais)
3. Cidadão Kane (Welles)
4. A grande ilusão (Renoir)
5. O homem da câmera (Vertov)
6. Outubro (Eisenstein)
7. My darling Clementine (Ford)
8. O tesouro de Sierra madre (Huston)
9. Viver a vida (Godard)
10. Tempos modernos (Chaplin)
11. Hiroshima, meu amor (Resnais)
12. Eclipse (Antonioni)
13. Deus e o diabo na terra do sol (Rocha)
Hoje apontamos os seguintes, todos eles vistos até 1991,
mas revistos nos últimos anos:
1. A aventura (Antonioni)
2. Um dia no campo (Renoir)
3. Persona (Bergman)
4. Ano passado em Marienbad (Resnais)
5. Eclipse (Antonioni)
6. Crônica de Ana Madalena Bach (Straub & Huillet)
7. Rastros de ódio (Ford)
8. 2001: uma odisséia no espaço (Kubrick)
9. Madre Joana dos Anjos (Kawalerowicz)
10. Cidadão Kane (Welles)
11. Viver a vida (Godard)
12. Era uma vez no Oeste (Leone)
13. Deus e o diabo na terra do sol (Rocha)
Em tempo:
Nossa relação de filmes preferidos - em sendo apenas 13 títulos - não contempla, necessariamente, os diretores que mais apreciamos, que no momento são: 1) Antonioni, Bergman, Ford, Godard, Renoir e Welles; 2) Bresson, Buñuel, Dreyer, Keaton, Kubrick, Rossellini, Straub & Huillet e Visconti; 3) Cassavetes, Coppola, Eisenstein, Hawks, Lang, Mizoguchi, Ray, Resnais, [Glauber] Rocha, Rohmer, Tarkovski e Vertov.
PRA NÃO SENTIR (AUTO)PIEDADE
Nina Rizzi
[ in Germina Literatura ]
Nina Rizzi
[ in Germina Literatura ]
quero uma tarde de vento. ventania. um tornado. leve. que me leve ao chão.
quero machucar o joelho. joelhos. terra carne sangue vento. minhas compras ao chão a encontrar novos livros.
quero o cuidado de mãos estrangeiras. desconhecidas. um apartamento num prédio antigo. quem sabe um café de esquina.
quero uma poesia arrancada. como um souvenir. aulas de cerâmica. algo que eu fizesse por mim mesma. um festival de filmes asiáticos.
quero a alegria. o toque da descoberta. a primeira noite.
a sensibilidade dos infiéis. a coragem dos suicidas.
15 comentários:
Que beleza! Novidade excelente essa das "Obras-primas do cinema". Gostei do texto/poema de Nina Rizzi, apenas me perguntando se há "coragem dos suicidas" ou, meramente, desespero.
Abs.
Concordo com a listagem dos filmes...mas senti falta de "O Baile" do Esttore Scola...um dos clássicos do cinema italiano...
Abs
MOACY, MEU CARO, NÃO SOU UM CINÉFILO, PORTANTO FAÇO NO CINEMA O QUE FAÇO NA LITERATURA, SÓ LEIO OS GRANDES.
DEUS E O DIABO EU VI, E FOI MAIS DE 5 VEZES. SEMPRE REVEJO NO YOU TUBE A CENA FINAL E A DO BEIJO. CONSIDERO, E ISSO QUEM DIZ É UM AMADOR, "DEUS E O DIABO..." O MELHOR. CIDADÃO KANE EU VI, AMEI, MAS ELE SOFREU O PREJUÍZO DE TER SIDO ANUNCIADO COMO O MELHOR DE TODOS OS TEMPOS. CRIEI EXPECTATIVAS EXAGERADAS, MESMO PARA UMA OBRA-PRIMA. FAÇO AQUI UMA OUSADA OUSADIA(GOSTOU?) O QUE VOCÊ ME DIZ DOS FILMES DE KENNETH BRANAGH, SOBRE AS PEÇAS DE SHAKESPEARE?
E OTELO, DE ORSON WELLES É UM DESLUMBRE.
VOCÊ DISSE QUE NÃO ENTENDIA COMO O MUNDO PÔDE ACEITAR O NAZISMO. VOCÊ CONTINUA FAZENDO POESIA DE SI MESMO. VOCê É GRANDE. UM POETA DE VERDADE.
SÓ UM GRANDE HOMEM PODE CONHECER O MUNDO E FAZER UMA PERGUNTA DESSAS. PARABÉNS. VOCÊ DIGNIFICA COISAS QUE IDEIO. É O ÚNICO CARA QUE SE MANTÉM SOCIALISTA E QUE TEM MINHA ADMIRAÇÃO.
GRANDE MOACY, O POETA.
eu amei deus e o diabo na terra do sol. maravilhoso! morro de vergonha mas até hj não consegui ver cidadão kane. imperdoável! amo 2001 não canso de rever, bem como tempos modernos. beijos, pedrita
Eu nunca tinha visto um filme de Bergman porque tinha um preconceito... achava que era filme de gente cabeça e, enfim, quis ser do contra.
Até que aquele "O Sétimo Selo" caiu em minhas mãos.. e eu me apaixonei... expressionismo, preto e branco... agora eu entendo porque é chamado a sétima arte.
:)
ah, onde encontro mais poemas de Yasmina Curi?
Oi Moacy.
Este negócio de lista dos melhores é sempre complicado, mas é possível perceber algumas unanimidades, como Cidadão Kane e o Ano Passado em Marienbad. Pessoalmente gostei da lembrança de O tesouro de Sierra madre, um pedra preciosa pouco lembrada, seja em celulóide ou celulose.
Um abraço.
suas entradas cinematográficas e as tiradas literárias da nina... são um caminho... o caminho...
Boa Noite, Moacy!
Que beleza rever Glauber em um de seus melhores filmes.
Confio integralmente no seu gosto e bom senso pela sétima arte!
Acompanharei todos!
O poema de Nina está um deslumbre!
Mais uma vez, parabéns, amigo!
Beijos
Mirse
Caro Mooacy,
Quero, apenas, destacar um detalhe entre as duas listas que você fez, com uma diferença de vários anos. É que, afinal, você se curvou à superioridade de Rastros de Ódio sobre My Darling Clementine. Ambas são obras-primas de Ford, mas o primeiro é não só o maior western do diretor, mas o seu maior filme, pelo menos entre os que conheço. Um abraço.
Mais uma série que acompanharei com atenção!
Do Glauber prefiro "Terra em Transe", mas "Deus e o Diabo..." está repleto de grandes momentos.
E acho que o suicida é um corajoso, sim.
Um abraço!
ô moacy, que belezinha eu aqui figurar entre tantos dos meus filmes secos, asiáticos não, mas tão meus "tão brasil".
um beijo :)
a menina rizzi é isso assim mesmo! e eu gosto!
besos
deus e o diabo na terra do sol - lembro-me do dia exato que o assisti (bendito aquele tempo) lá em monte carmelo, interior de minas gerais, onde moravam meus avós...
besos
Tudo jóia nesse Balaio, aliás isso aqui é uma jóia!
Um beijo.
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