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Tailer
BALAIO PORRETA 1986
n° 2718
Rio, 10 de julho de 2009
Ilhas de sono
inquietam-me na busca
do teu corpo.
(Dailor VARELA. Fevereiro, in Caçador de nuvens, 2009)
Tailer
BALAIO PORRETA 1986
n° 2718
Rio, 10 de julho de 2009
Ilhas de sono
inquietam-me na busca
do teu corpo.
(Dailor VARELA. Fevereiro, in Caçador de nuvens, 2009)
nem era dia, nada luz ia.
na penumbra alumbravam bocagens de piracema.
trêmulas e mordazes, nossas voragens, anêmonas.
Humor / Repeteco
In UM ESTADO DE "GRAÇA",
de Celso da Silveira (Natal/Mossoró, 1997)
De André Avelino, depois de dez anos na moita pego em adultério com uma amante, desculpando-se com a mulher legítima: "eu tava era te poupando, mulher!"
De Xixico Fernandes, um frasista de sete costados: "Se o jeito de evitar filho for aquele de gozar fora, ninguém conte comigo; na hora de gozar eu tenho vontade é de me ajoelhar lá dentro!"
Almanaque
ALGUNS NOMES CURIOSOS PARA A DANADA DA CACHAÇA
ALGUNS NOMES CURIOSOS PARA A DANADA DA CACHAÇA
Uns e outros: Abre, abrideira, a-do-ó, água-benta, água-bruta, água-de-briga, água-de-cana, água-que-gato-não-bebe, água-que-passarinho-não-bebe, águas de setembro, aninha, a-que-matou-o-guarda, arrebenta-peito, azougue, borbulhante, boresca, branca, branquinha, brasa, brasileira, caiana, calibrina, cambraia, cana, cândida, canguara, canha, caninha, canjebrina, canjica, capote-de-pobre, catuta, caxaramba, caxiri, caxirim, cobertor, cobreira, corta-bainha, cotréia, cumbe, cumulaia, danada, delas-frias, dengosa, desmancha-samba, dicionário, dindinha, dona-branca, elixir, engasga-gato, espírito, esquenta-por-dentro, filha-de-senhor-de-engenho, friinha, fruta, gás, girgolina, gole, gororoba, gorobeira, gramática, guampa, guarda-chuva, homeopatia, imaculada, já-começa, jeribita, jurubita, jinjibirra, jora, junça, jura, legume, limpa, lindinha, lisa, maçangana, malunga, malvada, mamãe-de-aruana, mamãe-de-luanda, mamãe-sacode, mandureba, marafo, marato, maria-branca, mata-bicho, mé, meu-consolo, minduba, miscorete, moça-branca, monjopina, montuava, morrão, morretiana, mundureba, óleo, orontanje, panete, parati, patrícia, perigosa, pevide, pilóia, pinga, piribita, porongo, prego, pura, purinha, quebra-goela, quebra-munheca, rama, remédio, retrós, roxo-forte, saideira, samba, sete-virtudes, sinhaninha, sinhazinha, sipia, siúba, sumo-de-cana, suor-de-alambique, táfia, teimosa, terebintina, tiquira, tiúba, tome-juízo, trago, três martelos, uma, uminha, urina-de-santo, xinapre, zuninga.
Um sítio porreta: Museu da Cachaça, em Pernambuco.
Repeteco / Memória 1993
BALAIO INCOMUN
Folha Porreta
Moacy Cirne
VIII / 577
Rio, 9 dez 93
O BALAIO ADVERTE:
ESTE NÚMERO NÃO É RECOMENDÁVEL
PARA CONSERVADORES E PSEUDOMORALISTAS
[] UM TEXTO DUCARALHO,
DE AUTORIA ANÔNIMA,
PRODUZIDO POR ALUNAS DA UFF
[ do Curso de Farmácia ]
Verbete da gota serena:
PAPACUS BRASILIENSIS PENETRATTIS (Família dos Bucetivacus). -- Animal carnívoro, de tamanho variável, muito voraz, porém cego. Habita em lugares úmidos e de vegetação rasteira. Possui sob o pescoço uma espécie de sacola, onde carrega o seu estranho veneno que, ao invés de matar, cria vidas. Agressivo e perigoso quando provocado, é de fácil domesticação por mulheres pacientes e carinhosas.
Exímio pescador de piranhas, alimenta-se também de pombas e galinhas; há aqueles que preferem frangos e veados. Em certos dias, estando difícil a caça, atrasando, conseqüentemente, sua alimentação, é atacado por uma doença marcada pela ansiedade que o faz babar durante o sono, o que é normal nesta espécie.
É um animal de trato melindroso; até a imaginação excita-o. Se receber muito cafuné, assanha-se como se estivesse irritado, erguendo-se com os músculos tesos. O sangue sobe-lhe à cabeça, então. No auge da excitação, chega ao ponto de cuspir constantemente. Se ficar muito tempo sem tomar banho, adquire no pescoço um sebo de odor fétido e insuportável, que acaba por espantar a caça. Fato curioso é que sua carne quanto mais dura mais é apreciada; contudo, é o leite desse animal que mantém até hoje a humanidade.
Em estado adulto adquire espessa juba, revolta e sedosa, que o destaca de qualquer outro animal. Após os 60, 70 ou 80 anos, de acordo com a natureza do bicho, torna-se eventualmente inofensivo; não baba, não cospe, ficando triste e cabisbaixo, nada mais levantando, nada mais comendo.
O papacus brasilensis penetrattis é conhecido por vários nomes: aço, badalo, bibico, bilunga, biscoito, bitoca, borracha, cajado, catrino, caralho, caralhau (em Chico Doido de Caicó), cacete, careca, carimbo, catatau, chibata, cipó, cobra, dardo, engate, espada, esguicho, espiga, estaca, estoque, espeto, estrovenga, farfalho, fariseu, ferrão, frangalho, fodecu (em Chico Doido de Caicó), gaita, ganso, gregório, inhame, jacarandá, jeba, jamanta, jiribaita, lança-perfume, langanho, macaxeira, mangará, manjuba, miraguaia, nervo, passarinho, pau, pica, picaralho (em Chico Doido de Caicó), piroca, poste, prego, quiabo, ripa, rola, serpente, são-longuinho, sipaúba, sulambra, torongo, totoca, traíra, trangolho, treco, tripa, troçulho, tubiba, vara, ximbório, zeca, zé-cego, zé-fidélis, zezinho.
Nota:
O presente texto foi adaptado pelo Balaio, que, para completar, acrescentou o último parágrafo, a partir de dicionários populares existentes no mercado brasileiro.
BALAIO INCOMUN
Folha Porreta
Moacy Cirne
VIII / 577
Rio, 9 dez 93
O BALAIO ADVERTE:
ESTE NÚMERO NÃO É RECOMENDÁVEL
PARA CONSERVADORES E PSEUDOMORALISTAS
[] UM TEXTO DUCARALHO,
DE AUTORIA ANÔNIMA,
PRODUZIDO POR ALUNAS DA UFF
[ do Curso de Farmácia ]
Verbete da gota serena:
PAPACUS BRASILIENSIS PENETRATTIS (Família dos Bucetivacus). -- Animal carnívoro, de tamanho variável, muito voraz, porém cego. Habita em lugares úmidos e de vegetação rasteira. Possui sob o pescoço uma espécie de sacola, onde carrega o seu estranho veneno que, ao invés de matar, cria vidas. Agressivo e perigoso quando provocado, é de fácil domesticação por mulheres pacientes e carinhosas.
Exímio pescador de piranhas, alimenta-se também de pombas e galinhas; há aqueles que preferem frangos e veados. Em certos dias, estando difícil a caça, atrasando, conseqüentemente, sua alimentação, é atacado por uma doença marcada pela ansiedade que o faz babar durante o sono, o que é normal nesta espécie.
É um animal de trato melindroso; até a imaginação excita-o. Se receber muito cafuné, assanha-se como se estivesse irritado, erguendo-se com os músculos tesos. O sangue sobe-lhe à cabeça, então. No auge da excitação, chega ao ponto de cuspir constantemente. Se ficar muito tempo sem tomar banho, adquire no pescoço um sebo de odor fétido e insuportável, que acaba por espantar a caça. Fato curioso é que sua carne quanto mais dura mais é apreciada; contudo, é o leite desse animal que mantém até hoje a humanidade.
Em estado adulto adquire espessa juba, revolta e sedosa, que o destaca de qualquer outro animal. Após os 60, 70 ou 80 anos, de acordo com a natureza do bicho, torna-se eventualmente inofensivo; não baba, não cospe, ficando triste e cabisbaixo, nada mais levantando, nada mais comendo.
O papacus brasilensis penetrattis é conhecido por vários nomes: aço, badalo, bibico, bilunga, biscoito, bitoca, borracha, cajado, catrino, caralho, caralhau (em Chico Doido de Caicó), cacete, careca, carimbo, catatau, chibata, cipó, cobra, dardo, engate, espada, esguicho, espiga, estaca, estoque, espeto, estrovenga, farfalho, fariseu, ferrão, frangalho, fodecu (em Chico Doido de Caicó), gaita, ganso, gregório, inhame, jacarandá, jeba, jamanta, jiribaita, lança-perfume, langanho, macaxeira, mangará, manjuba, miraguaia, nervo, passarinho, pau, pica, picaralho (em Chico Doido de Caicó), piroca, poste, prego, quiabo, ripa, rola, serpente, são-longuinho, sipaúba, sulambra, torongo, totoca, traíra, trangolho, treco, tripa, troçulho, tubiba, vara, ximbório, zeca, zé-cego, zé-fidélis, zezinho.
Nota:
O presente texto foi adaptado pelo Balaio, que, para completar, acrescentou o último parágrafo, a partir de dicionários populares existentes no mercado brasileiro.
14 comentários:
Moacy,
não sei nem o que comentar primeiro... mas antes de mais nada, sabe que adoro estar nesse Balaio, né? obrigada pelo presente.
maravilha o xixico fernandes: ajoelhou, tem que rezar!
maravilha a imagem diáfana da moça!
e esse tratado geral sobre o papacus brasiliensis penetrattis é de utilidade pública, e porque não dizer de utilidade púbica também.
agora dá licença que eu vou tomar uma zuninga-lindinha-malvada antes de dormir =))
beijão
Bom dia, Moacy!
Linda imagem e o verso de Dailor Varela.
Lorenzo, como sempre arrasa.
Gostei do "Em Estado de Graça" E não é?
Gostei dos variados nomes da "agua que passarinho não bebe".
E o Verbete da Gota serena (eu vou acabar falando nordestês) que alíás acho um charme, é legal. Não tem nada demais!
ProFUNDA filosofia.
Lindo dia para você.
Beijos
Mirse
que contação.
e a sobre a marvada, os balaiêros tão tudo convidado a conhecer seu museu, visse ;)
ôxe - isso daqui tá é pegano fogo!
viva a vida e tudo que ela se nus oferece!
besos
Moacy, essas meninas com certeza hoje são grande Farmáceuticas.Pituleira.
tudo muito bom
destaco o grande celso da silveira
pai do eli celso e parceiro da regina coeli
ê natal...
Adorei a mistura desse balaio e eu adoro Dailor Varela. Os poemas e a pessoa. É um amigo de muitos anos.
Bom passar por aqui Moacy.
bjs
Rossana
Moacy:
mesmo em temporários recesso mental, não poderia de deixar de:
1. registrar minha admiração pelo brilhante e educativo texto produzido pelas meninas da UFF;
2. Dar um viva para Ferreirinha e sua turma em nome dos frequentades do Bar do Alemão;
3. Destacar a singeleza dos versos do genial CDC: " Gosto mesmo é de uma xiranha em noite de luar". Fiquei comovido.
4. Te desejar um bom findi, juntamente com meu abraço.
Jens, entre os Paises existe um papo de Paises irmãos,não é verdade que tal um intercambio entre o Bar de Ferreirinha e o Bar do Alamão?Troca de idéias, culunária, cultura, por ai, o que tu achas?
Se o gaucho Jens aceitar a proposta do maluco Pituleira, vai ser o maior barato. Já pensou o grande Aramin ensinando os gauchos que curtem o Bar do Alemão a saboreiarem uma buchada de Bode.Vai dar o maior Bode. Mais valeu o legal é que o Balaio está nos colocando em contato com gente finissima. Um abraço Bené Santos.
Moacy, vc endoidou Pituleira, o cara já era meio impenado agora pirou de vez. Só fala no Balaio e seus leitores, parece até que conhece todos a anos.Vou lhe dar um toque.Eles os cozinheiros chefes estão preparando uma surpresa para vc.Vai ser legal. Saudações Tricolores,Bibica.
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