OS FILMES QUE MARCARAM
ÉPOCA NA CAICÓ DOS ANOS 50Clique na imagempara verouvirmais de 9 minutos do filmeVelhas lendas tchecas(Jiri Trnka, 1953)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2611
Natal, 28 de março de 2009
Exibido em Caicó em 1959, tendo como "atores" marionetes dirigidas com indiscutível habilidade, Velhas lendas tchecas é um marco do cinema de animação. Sua temática, em tom épico, é a história da formação do povo tcheco, a partir de uma perspectiva socialista. Curiosamente, o filme foi vaiado na cidade seridoense de forma brutal, ou quase, o que me deixou indignado, então. Mas o incluí aqui por dois motivos básicos: 1. por se tratar de uma obra-prima; 2. por ter marcado, mesmo negativamente, a história do Cinema Pax. Há um terceiro motivo, acrescente-se: a sua inclusão, neste espaço, em sendo um filme de conteúdo hitórico, em sendo um filme de proposta socialista, repesenta uma homenagem do Balaio ao historiador Moacyr de Góes.[Nota: Velhas lendas tchecas foi exibido em Natal, no Rex, em 1961. Será que o Prof. Moacyr de Góes chegou a vê-lo?]A MORTE DE UMA GRANDE FIGURA HUMANA"Se Natal não existisse, seria preciso inventá-la"(Moacyr de Góes, no Rio, em finais dos anos 60)Encantou-se ontem, no Rio, uma das maiores figuras humanas que já conheci: provavelmente, o último socialista cristão - em sua concretude existencial - de todo o Brasil. Ou um dos últimos. Encantou-se ontem o historiador, o educador, o romancista, o contista, o humanista Moacyr de Góes, um homem que amava profundamente a cidade de Natal. Mas que daqui foi expulso (depois de preso) pela ditadura militar. No Rio, a partir de 1965, Moacyr reconstruiu com dignidade, coerência e sabedoria a sua vida e a sua História. E a sua esperança no Brasil. Sempre ao lado da companheira Conceição e dos filhos Leon, Clara, Dadá [Maria Idália], Zé Roberto e Moacyr. A partir de hoje, o idealizador e coordenador da campanha
De pé no chão também se aprende a ler será parte da memória viva de toda uma cidade.
POEMAPaulo de Tarso Correia de Melo[ in
Talhe rupestre;
poesia reunida e inéditos, 2009 ]
Consciência, nem tristeza ainda,
de que algum dia irei embora
e deixarei aquele minuto da madrugada,
não de casual escolha,
quando a última estrela, como uma lágrima,
treme sobre a face da aurora
e a casa do vizinho se ilumina
e o filho adolescente, chegando agora,
canta com força e beleza, misturadas
como aquele minuto da madrugada
e a aurora.
Nota:Poema lido pelo Autor, ontem à noite, no lançamento de seu belo livro, no auditório da Reitoria da UFRN, em homenagem a
Moacyr de Góes.