sexta-feira, 30 de novembro de 2007


Em 16 jogos disputados no Frasqueirão,
na Série C do Brasileiro 2007,
o ABC conquistou 15 vitórias e empatou 1 jogo.
Com isso, e apesar das derrotas fora de casa,
obteve, na última rodada, uma das vagas para a Série B
do próximo ano.
O abcedista, com razão, comemora o fato até agora.
Com capacidade para 15 mil torcedores,
o Frasqueirão, em Natal, tornou-se um símbolo da raça alvi-negra.
Aliás, o nome Frasqueirão vem de "frasqueira".
Nos anos 50 e ainda nos 60, no modesto Juvenal Lamartine,
quando ABC e América se enfrentavam, os arquibaldos americanos gritavam para os geraldinos abcedistas: "Olha a frasqueira da geraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaal", que respondiam na hora - "Pega aqui no meu paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau".


BALAIO PORRETA 1986
n° 2174
Rio, 30 de novembro de 2007



POEMAS de
Zemaria Pinto
[ in Fragmentos de silêncio. Manaus, 1995 ]

garçom, traga-me uma navalha
e um chope espumando nuvens

[][][]

o pouso silente
da borboleta de seda
celebra a manhã

[][][]

paixão

a nona sinfonia explode
tua lâmina me rompe o ventre
e faz jorrar o sangue da minha carne
plantando-me tua semente

a paixão violenta - o grito
a lágrima sufocada - ah, a alegria
língua que lambe o mundo

o beijo a dentada
contigo, eu pelo espaço:
Beethoven & boleros

sou uma égua de fogo


DOIS LIVROS, DUAS RECOMENDAÇÕES

Veredas no sertão rosiano, de Antonio Carlos Secchin & outros (orgs.). Rio de Janeiro : 7Letras, 2007, 246. Com um primoroso ensaio fotográfico de Marcos Pinto (Imagens do sertão rosiano) e vários textos ótimos e/ou interessantíssimos, entre os quais: Bichos, plantas e malucos no sertão rosiano (de Benedito Nunes), Guimarães Rosa: sombra ou sol da posteridade? (de Dau Bastos), Quem tem medo de Guimarães Rosa? (de José Maurício Gomes de Almeida), Grande Ser-Tao: diálogos amorosos (de Manuel Antônio de Castro). Um belo álbum.

AlManhaque, n° 3 [1955], de Aparício Torelly /Barão de Itararé/. São Paulo : EDUSP ; Studioma, 2005, 224p. Reprodução fac-similar da edição correspondente ao 2° semestre de 1955 do mais famoso jornaleco humorístico tupiniquim, até hoje. Sátira & política na medida certa através de máximas & mínimas, piadas, crônicas, contos, anúncios, "horóscopos", cartuns. Sempre com senso crítico. Sempre irreverente. Fortaleza gráfico-semântica do humor: um modelo inigualável para os Pasquins e Cassetas que vieram depois, salve, salve!


MÁXIMAS & MÍNIMAS DO BARÃO DE ITARARÉ
[ in AlManhaque, n° 3 ]

Juramento é a mais solene e grave das mentiras.
Boate é uma gafieira metida a besta.
Quem tem saúde de ferro pode um dia enferrujar.
Este mundo não é mais mundo: é imundo!
Não há amor sem beijo nem goiabada sem queijo.
Os homens são sempre sinceros. O que acontece, porém, é que, às vezes, trocam de sinceridade.
Quem inventou o trabalho não tinha o que fazer.
Para este mundo ficar bom, é preciso fazer outro.
Anistia é um ato pelo qual o governo resolve perdoar generosamente as injustiças e crimes que ele mesmo cometeu.
Deus dá peneira a quem não tem farinha.
Deputado come o milho, papagaio leva a fama.
A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.
Não há grandes papéis, mas grandes atores.

2 comentários:

Anônimo disse...

Confesso que a máxima da boate me fez rir.

Abraço!

Ane Brasil disse...

Barão de Itararé, assim como Stanislaw Ponte Preta, são sempre agudos e precisos!
Deixaram saudades.
Frasqueirão? kuaaa! adoro essa coisa de torcida, essa vibração!
Sorte e saúde pra todos!