quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008


São Paulo de antigamente:
Praça da República
em 1911
[ cf. Brazil Post Card ],
o ano de
Contos gauchescos (Simões Lopes Neto),
O folclore (João Ribeiro),
Triste fim de Policarpo Quaresma, em folhetins (Lima Barreto).



BALAIO PORRETA 1986
n° 2246
Rio, 28 de fevereiro de 2008


DAS VIAGENS
Ademir Antonio Bacca
[ in Poesia Erótica ]

viajo
no teu corpo
caminhos
nunca imaginados

delírios
de náufrago à deriva
em noite de temporal.

viajo em ti
sonhos de uma ternura
nunca sentida.


VIDA MURADA
Dalila Teles Veras
[ do livro À janela dos dias ]

Sombrios
os muros encobrem
cidades e cidadãos
(o medo aquartelado
medo de ter medo)

Acuados
calados
diante da própria inépcia


A BIBLIOTECA DOS MEUS SONHOS

Machado de Assis, de Astrojildo Pereira. Rio de Janeiro : Livraria São José, 1959, 274p. []

"Outros escritores terão mostrado mais paisagem brasileira; nenhum deles mostrou mais profundamente o homem brasileiro" (1939, p.15).
"Evidentemente, a obra de Machado de Assis nada possui de panorâmico, de cíclico, de épico. Não há nela nenhuma exterioridade de natureza documentária, nenhum sistema rapsódico ou folclórico, nenhum plano objetivo elaborado de antemão. Os seus contos e romances não abrigam heróis extraordinários, nem fixam ações grandiosas e excepcionais" (1939, p.17).
"O problema da literatura como representação e interpretação da nacionalidade foi, com efeito, uma constante inalterável em toda a obra de Machado de Assis, desde seu artigo de 1858 até seus últimos escritos, até o Memorial de Aires" (s/d, p.60).
"Nem romântico, nem parnasiano, nem naturalista, nem realista, conforme já o notara Labieno. Todavia, liberto de esquemas ou fórmulas de escola, inclusive do 'realismo' enquanto escola, foi Machado de Assis um escritor propriamente realista, no sentido lato e independente da palavra, como já o ressalvamos acima" (s/d, p.112).
"Discordamos dos que vêem em Machado de Assis um escritor que somente possa ser compreendido pelas chamadas 'elites'. O contrário justamente é o que se observa; as 'elites' nunca o compreenderam e por isso nenhum foi mais do que ele combatido e falsamente interpretado" (1939, p.267).

Nota 1
2008 assinala o centenário da morte de Machado de Assis
Nota 2
Astrojildo Pereira foi um dos fundadores do Partido Comunista do Brasil, em 1922.
Nota 3
Francisco Sobreira, em Luzes da Cidade, relembra, com leveza estilística, o encontro dos dois (Machado/Astrojildo), pouco antes da morte do escritor carioca.

5 comentários:

Anônimo disse...

rsrsr gostei muito de uma poesia que tem da Iara lá em baixo sobre "mel" ... rsrs copiei é claro!
inté

Anônimo disse...

Oi Moacir, bom dia!!

Vim conhecer seu espaço, através do blog de nosso amigo e conterrâneo Bené Chaves...
Como sou apaixonada por poesia, amei as que vc postou aqui no seu catinho, parabens pelo bom gosto!
Sinta-se a vontade para passar no meu esoapo, se quiser... é uma honra receber ilustre visitante!!!

Tenha uma quinta-feira de muito amor e paz...

beijos em seu coração!

Jens disse...

Viva o Bruxo do Cosme Velho. Sempre.
Abração.

Marina disse...

Passando por aqui e sempre gostando da leitura... :)

Beijos!

Anônimo disse...

Uma lindíssima e encantadora Praça da República, em tempos de mais inocência e romantismo!