quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sely, modelo:
a beleza da mulher africana

por Claudynius
in
Foto Sensível

Veja no
Poema/Processo
a nossa homenagem a
Thaís Araújo


BALAIO PORRETA 1986
n° 2485
Rio, 20 de novembro de 2008

O quilombo foi ... um acontecimento singular na vida nacional, seja qual for o ângulo por que o encaremos. Como forma de luta contra a escravidão, como estabelecimento humano, como organização social, como reafirmação dos valores das culturas africanas, sob todos estes aspectos o quilombo revela-se como um fato novo, único, peculiar, uma síntese dialética. Movimento contra o estilo de vida
que os brancos lhe queriam impor ...

(Edison CARNEIRO. O quilombo dos Palmares, 1958)


BACANTE
Iracema Macedo
[ in Lance de dardos, 2000 ]

Em meu ninho longínquo
inicio ventos
invento cios
canto e danço em volta do fogo
transformo meu leite em vinho
e ofereço meu corpo para os lobos


POEMA
Carito
[ in Os Poetas Elétricos ]

o sol
já experimentou
de tudo

nada mais
no ar
sombra


POEMA
Mariana
[ in Suave Coisa ]

minha boca quer silêncio
Alain Bisgodofu


Quero comer o verso
que tremula na
língua

e nunca mais falar de
poesia

EPICENTRO
Padmaya
[ in Cosmunicando ]

caladas
há palavras morando em minhas mãos
onde um gráfico sísmico
se desenha tradução

BOM DIA
Vivi Fernandes de Lima
[ in Atos da folia, inédito ]

Não há bom dia mais perfeito
do que a minha cara de bem comida
refletida no espelho.


BALAIO 2500

Em 13 de setembro de 1994, no Balaio 657

POEMA DE ZÉ LIMEIRA (PB)

Um dia Nossa Senhora
Se encontrou com Ruy Barbosa.
Tiraro um dedo de prosa
Voltaro e foram-se embora.
Judas se enforcou na hora
Numa corda de cimento.
Botou os filhos pra dentro
Foi pra barca de Noé,
Viva a Princesa Isabé
Diz o Novo Testamento.

POEMA DE CHICO DOIDO DE CAICÓ (RN)

Um dia encontrei Zé Limeira
Às margens do Bodocongó
Eu perguntei por Campina
Ele perguntou por Caicó.
Perto de Guarabira
Lá pras bandas de Sapé
Cristo dançava xaxado
Com a Princesa Isabé.
Eu também já fui jumento
Diz o Novo Testamento.

6 comentários:

Anônimo disse...

ah, vivi!

seu poema é que é perfeito!

bom dia!

Adrianna Coelho disse...


esse post tá porreta mesmo!!!

nana, carito, padmaya, vivi, iracema... a foto lindíssima do claudynius... e o poema do chico doido de caicó... rsrsrs

citei isso, mas está tudo ótimo!! :)

beijos

Cosmunicando disse...

um balaio quilombola e cheio de coisas boas... Moacy, obrigada mais uma vez e sempre! hoje foi especial, é presente de aniversário :-)))
beijão

Anônimo disse...

que bom star entre feras, obrigado moacy!

Marco disse...

O caro mestre Moacy sempre arranja uns poemas para lá de porretas. Uns tem jeito de hai-kai, e são muito significativos. Outros, os de Chico Doido do Caicó, são um refrigério para a alma. Excelente!
Carpe Diem. aproveite o dia e a vida.

Jens disse...

Oi Moacy.
Estou na correria, mas não poderia deixar de conferir o CDC. O Zé Limeira também é dos bons.
PS: dei uma bisbilhotada na última Veja (é, às vezes cometo gestos tresloucados); estão tentando desconstruir Zumbi e os Quilombos. Assassinato de reputação, como diz o Nassif.
Um abraço.