sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Caatinga
Pintura de

Sandra Bianchi



BALAIO PORRETA 1986
n° 2859
Natal, 4 de dezembro de 2009

O inferno são os outros.
(Jean-Paul Sartre. Entre quatro paredes, 1944)


A MINHA SINA
Cordeiro da Matta
[ in Angola: Os Poetas ]

é sem norte a minha vida,
e n'um mar revolto vivo;
escravo de dura lida
eu sou a tudo captivo;
atraz do ignoto corro,
e na lucta eu soffro, eu morro



LEITURA DRAMÁTICA DE SARTRE

Para aqueles que desejam fugir da peste do Carnatal, uma boa dica de vertente cultural poderá ser a leitura dramática de Entre quatro paredes / Huis-Clos, de Jean-Paul Sartre, um dos grandes momentos teatrais do pensador francês - drama existencial centrado em três personagens. O evento, gratuito, dar-se-á amanhã, dia 5, às 20h, no charmoso Nalva Salão Café, em plena Ribeira. A iniciativa da leitura tem a marca dos atores Cláudia Magalhães, Henriques Fontes, Titina Medeiros e Doc Câmara. Vale a pena prestigiar.


DOIS POEMAS
de Carito (RN)
[ in Os Poetas Elétricos ]

poema curto sem título número 2

pesquei tulipas
plantei tilápias
acordei com o canto
do peixe galo.


poema curto sem título número 3

no açude um dia
obcecado
a água agora pinta
e (trans)borda.


DISCOGRAFIA BÁSICA DO CHORO
Uma seleção preliminar crítico-afetivo-libertinária
/sem ordem preferencial/

Choros imortais, de Altamiro Carrilho (Copacabana, 1964)
Brasil, sax e clarineta, de Abel Ferreira (Marcus Pereira, 1976)
Vivaldi e Pixinguinha, por Camerata Carioca (Funarte, 1980)
Tributo a Jacob, por Camerata Carioca (WEA, 1980)
Uma rosa para Pixinguinha, por Camerata Carioca (Funarte, 1983)
História de um Bandolim, de Luperce Miranda (Marcus Pereira, 1976)
Sempre Nazareth, de Pedro Amorim & Maria Teresa Madeira (Kuarup, 1995)
Noites Cariocas ao vivo no Municipal (Kuarup, 1988)
Memórias / Chorando, de Paulinho da Viola (Odeon, 1976)
Mistura e manda, de Paulo Moura (Kuarup, 1993)
Dois irmãos, de Paulo Moura & Raphael Rabello (Caju Music, 1992)
Desde que o choro é choro, de Henrique Cazes & Família Violão (Kuarup, 1995)
Relendo Waldir Azevedo, de Henrique Cazes (RGE, 1997)
Violão tenor, de Pedro Amorim (Acari, 2000)
São Pixinguinha, de Pixinguinha & outros (Odeon, 1970)
No tempo dos Oito Batutas, de Pixinguinha & outros (Revivendo, s/d)
Radamés Gnattali interpreta Ernesto Nazareth (Continental, 1954)
Raphael Rabello e Dino 7 Cordas (Kuarup, 1991)
Minhas mãos, meu cavaquinho, de Waldir Azevedo (Continental, 1976)
Saudades de um clarinete, de K-Ximbinho (Eldorado, 1980)
Rainha do choro, de Ademilde Fonseca (RGE, 1977)
Chorando pelos dedos, de Joel Nascimento (Odeon, 1976)
Segura ele, de Paulo Sérgio Santos (Kuarup, 1994)
Os Carioquinhas no choro (Som Livre, 1977)
Vibrações, de Jacob do Bandolim (RCA, 1967)
Assanhado, de Jacob do Bandolim (RCA, 1966)


Torcida tricolor,
em jogo contra a LDU

(Foto: blogues esportivos)

Nada mais sagrado do que a paixão de um torcedor de futebol. O estádio, então, passa a ser o templo mágico de suas orações dionisíacas.
(Moacy Cirne, 2008)

7 comentários:

Unknown disse...

A caatinga transborda na pintura como o poema do Carito.Hoje vou vestir vermelho para a senhora dos raios. Salve a santa e a orixá.

Pedrita disse...

adorei a pintura. parecem os bonecos do giramundo. beijos, pedrita

Mme. S. disse...

só pelo quadro, já vale a passagem por aqui. Mas ainda tem poema do Carito. Completa o dia!

nina rizzi disse...

(faz bem o Assis, hoje também tou de vermelho)

olá :) que coisa mais ternurante essa imagem da caatinga. e gostava de estar em natal pra verouvir a leitura dramática...

vou a recitar os poemas ao som dos choros. oh, era quase criminoso estipular uma ordem...

um cheiro.

Marcelo Novaes disse...

Moa,



Em sua lista de tantos clássicos do choro, gostei de que se lembrasse de Raphael Rabello e Dino 7 Cordas.



No mais, lendo o poema de Cordeiro da Matta, mais se adensa em mim a sensação de que qualquer (pretensa) unificação da língua portuguesa é, no mínimo, um crime de lesa-dicção.

As dicções é que compõem, em amplo quadro, a majestade dessa língua. Pasteurização não é boa em quase nada. Suspeito que nem no leite.


Que angolanos, portugueses e brasileiros nunca escrevam igual. Cinquenta brasileiros escrevendo parecido já é um saco...







Abração,










Marcelo.

João Quintino disse...

A arte é maravilhosa. O sagrado depende do olho de quem crê, é pura fé: do torcedor por futebol, do aficionado por misses, do obcecado por política. Cada fiel ergue o seu altar próprio para o deus (ou deuses) que melhor lhe convém... e cuidado com o andor que o santo é de barro!

Carito disse...

Grande Mestre Moa! Muito obrigado! É sempre uma grande honra e enorme felicidade fazer parte do Balaio!!!