segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O verdadeiro e o falso são atributos da linguagem, não das coisas. E onde não há linguagem, não há verdade ou falsidade. (HOBBES. Leviatã, in Dicionário filosófico de citações. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p.324)


BALAIO PORRETA 1986
nº 1953
Rio, 12 de fevereiro de 2007
Poema/Processo, 40 anos



ENIGMA

de Marize Castro (RN)

O que há de novo
entre minhas coxas
além de uma fenda
um atalhe
uma armadilha
para os mais desavisados?

[ in Marrons crepons marfins. Natal, 1984 ]


Repeteco
MÁXIMAS E MÍNIMAS DO BARÃO DE ITARARÉ

in Almanhaque para 1949

[] Os homens são de duas categorias: -- os solteiros e os loucos.
[] A ervilha é uma esmeralda com vitaminas.
[] A lágrima é o suor do coração.
[] Há mudos tão inteligentes que nem querem aprender a falar.
[] O bacalhau é um peixe lavado e passado a ferro.
[] Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.
[] Tempo é dinheiro. Paguemos, portanto, as nossas dívidas com o tempo.
[] A bicicleta é um cavalo, mas completamente diferente.
[] O fígado faz muito mal à bebida.
[] A estrela de Belém foi o primeiro anúncio luminoso.

UMA HISTORINHA DO BARÃO, NO ALMANHAQUE PARA 1949

No consultório de um psiquiatra houve o seguinte diálogo entre o médico e um novo cliente:
-- O que faz o senhor, com respeito à sua vida social?
-- Quase nada...
-- Não costuma passear acompanhado de uma ou outra garota?
-- Nunca.
-- Não sente ao menos um desejo de passear com garotas?
-- Bem... às vezes...
-- E por que não o faz?
-- Porque minha mulher não deixa!


Memória / Repeteco
O FESTIVAL DE BESTEIRA QUE ASSOLOU O PAÍS EM 1965
Texto de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
[ in FEBEAPÁ - O Festival de Besteira que Assola o País, 1966)

"Segundo Tio Zulmira, 'o policial é sempre suspeito' e - por isto mesmo - a Polícia de Mato Grosso não é nem mais nem menos brilhante do que as outras polícias. Tanto assim que um delegado de lá terminou seu relatório sobre um crime político com estas palavras: A vítima foi encontrada às margens do Rio Sucuriu retalhada em 4 pedaços, com os membros separados do tronco, dentro de um saco de aniagem, amarrado e atado a uma pesada pedra. Ao que tudo indica, parece afastada a hipótese de suicídio" (p.15-16). De minha parte, quase 40 anos depois, continuo na maior dúvida: afinal, a vítima suicidou-se ou não?
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UM DISCO PORRETA
Grands motets,
de Jean-Joseph Cassanéa de Mondonville (1711-1772),
por William Christie / Les Arts Florissants
[ Erato 0630-17791-2 (1997) ]


3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o poeama da Marize. O Barão, hilário como sempre. Valeu também o resgate do Stanislaw. Nada melhor para iniciar a semana,
Um abraço.

Anônimo disse...

Opa... Os comments voltaram ao normal. Agora podemos dialogar melhor sobre as postagens. Quando chega mesmo a Natal?

Anônimo disse...

Muito interessante o seu blog, voltarei com calma.
Obrigada pela visita e pelo comentário gentil :)
um abraço, laura