quinta-feira, 29 de março de 2007

POEMAS DE
SÉRGIO DE CASTRO PINTO
(PB)


escrever/não escrever

escrever é um suicídio branco.
um consumir-se
no fogo brando das palavras.

não escrever, um suicídio em branco.
um consumar-se sem metáforas.


recado a pound

pound, eu não sou
nenhuma antena.

eu sou a pane e a interferência
dos meus fantasmas

no tubo de imagens dos poemas.

[in O cerco da memória. João Pessoa, 1993 ]


BALAIO PORRETA 1986
nº 1983
Rio, 29 de março de 2007



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TRÊS POEMAS
de CHICO DOIDO DE CAICÓ (1922-1991)


( * )

Minas Gerais gerais
De lugares comuns alterosos
Minas onde viveu Zé Bezerra Gomes
Escrevendo romances
Queimando versos
E trepando feito um doido
Minas, o povo de Minas,
Nunca vi um povo tão mineiro.

( ** )

Gosto de mulher de tudo que é jeito
Até das muito bonitas
Que não sabem foder muito bem
E até mesmo daquelas
Que nunca deram o xibiu
Para o meu consumo.

( *** )

Uma talagada de cana
Uma amizade bacana
Uma buceta sacana
Pra que mais?
Pra que mais?
Uma poesia carnuda
Uma palavra cabeluda
Uma jovem bucetuda
Pra que mais?
Pra que mais?


CURIOSIDADE FUTEBOLÍSTICA

Vocês sabem por que o músico João Bosco é flamenguista, embora seu pai, amigo do grande Castilho, fosse tricolor? Simplesmente porque, ainda pré-adolescente, era fanático por Elvis Presley. E daí?, indagarão nossos amigos e amigas. Acontece que Dida, excepcional atacante rubro-negro dos anos 50, pelo menos para ele era a cara do Elvis, com o mesmo tipo de cabelo e tudo o mais. E se o cantor americano "jogava" no Flamengo, nada mais justo que, em homenagem ao seu ídolo, passasse a torcer pelo clube da Gávea. (Cf. entrevista com João Bosco no Buteco do Edu.)

4 comentários:

Anônimo disse...

Grande Moacy, fico muitissimo grata e honrada pela visita ao mundo que cintilo nas horas de insônia...
Em resposta, sou da Cidade do Príncipe, meu Caicó arcaico. Moro em Natal há cerca de 10 anos, mas - você bem o sabe - o sertão não abandona seus filhos nem, tampouco, o deixamos - trago sempre a lembrança e o orgulho de ser da terra do algodão, do filhóis, do Itans, do céu em negro e laminado, do entardecer em azul e rosa-bebê...

Blogue. Sempre.

Bjs

Iara Maria Carvalho disse...

que lindeza de versos os de Sérgio de Castro... fiquei suicidando-me.

um beijo, Moacy!

o refúgio disse...

Rapaz...Gostei um bocado dos poemas de Sérgio de Castro Pinto. Beijo.

Anônimo disse...

À propósito, há alguns meses venho sempre dando uma olhada nesse Balaio de maravilhas...e como me faz bem lê-lo, principalmente quando seus posts me remetem ao Seridó - tive de mostra-lo algumas muitas vezes aos meus pais e ficamos todos aqui a relembrar de nosso lar através de suas memórias.

Grandes posts! ótima também a iniciativa de divulgar o movimento à favor da Agencia Carta Maior.

Blogue. Sempre.

Bjs