sexta-feira, 27 de julho de 2007


Grandes momentos do cinema:
Sunset Boulevard / Crepúsculo dos deuses (Billy Wilder, 1950).
Com atuação magistral de Gloria Swanson, no papel de uma atriz decadente, ao lado de William Holden e Erich von Stroheim - o extraordinário diretor de Greed / Ouro e maldição (1924) -, o filme de Wilder é uma crítica feroz à "desumanidade" imposta por Hollywood àqueles que não conseguem se manter na crista da onda comercial. Fotografia consagradora de John F. Seitz. Música de Frank Waxman. Como figurantes, Cecil B. DeMille e Buster Keaton, o maior comediante da história do cinema.


BALAIO PORRETA 1986
nº 2075
Rio, 28 de julho de 2007


LETRAS BRANCAS SOBRE UM FUNDO NEGRO
de Antônio Mariano
[ in Poesia e outras bobagens, de Paulo de Toledo ]

para Sérgio Mattos

Hermético, me abro.
As palavras, leitor,
acendem todas as chaves.

As trancas são os não-ditos
que fazem.

Às vezes, me fecho
quando sou claro.


A BIBLIOTECA DOS MEUS SONHOS
666 livros indispensáveis (26a / 111 )

A experiência do cinema, de Ismail Xavier, org. Rio de Janeiro : Graal, 1983, 476p. [] Importante coletânea reunindo ensaios da maior significação crítica e/ou téorica. Ensaios (ou capítulos de livros) assinados por Pudóvkin, Balázs, Merleau-Ponty, Bazin, Eisenstein, Vertov, Baudry, Metz e outros. Ensaios como Prazer visual e cinema narrativo (por Laura Mulvey), O sonho e o cinema (Robert Desnos), O cinema do diabo (Jean Epstein), Nascimento do cine-olho (Dziga Vertov). Uma leitura complementar, igualmente significativa: Cinema - théorie, lectures (Revue d'Esthétique, 2-3-4, Paris, 1973, 406p.), com textos de Amengual, Balázs, Barthes, Bellour, Jakobson, Metz, Mitry, Panofsky, Pasolini e outros.

Cinema e verdade, de Francisco Luiz de Almeida Salles. Org. Flora C. Bender e Ilka Brunhilde Laurito. São Paulo : Companhia das Letras; Cinemateca Brassileira, 1988, 348p. [] Primorosa seleção de artigos, com algumas análises brilhantes de A aventura (Antonioni), Um condenado à morte escapou (Bresson), Vagas estrelas da Ursa (Visconti), Os sete samurais (Kurosawa), O encouraçado Potemkin (Eisenstein), Depois do vendaval (Ford), Agulha no palheiro (Alex Viany), Rio, 40 graus (Nelson Pereira dos Santos), O desafio (Paulo César Saraceni) e vários outros. Almeida Salles não foi apenas um grande crítico de cinema; com apurada formação humanística, foi um estilista da escrita. No caso, da boa escrita.

Um filme é um filme, de José Lino Grunewald. Org. Ruy Castro. São Paulo : Companhia das Letras, 2001, 288. [Em Natal, na primeira metade dos anos 60, através das páginas do Jornal de Letras, JLG foi um nome marcante para a nossa formação de leitorativo cinematográfico] São muitos os artigos que não perderam sua atualidade e importância. Por exemplo: Deus e o diabo na terra do sol, Cinema-forma, Marienbad - inauguração de uma linguagem, A aventura de Antonioni, Hiroshima meu amor - um filme-revolução, Acossado - um filme de vanguarda, Jeanne Moreau - o mito da liberdade responsável, Vidas secas, A noite de Antonioni, Viver a vida - síntese telegráfica de uma obra radical.


UM BLOGUE PORRETA

Kino Crazy
, de Sérgio Andrade.
A nova crítica cinematográfica paulistana
através de leituras instigantes e, às vezes, provocadoras.
Análises de filmes clássicos e "alternativos".
Informações sobre lançamentos (em dvd).

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O presente existe, é nosso. E o passado também existe, em forma de memória, durando dentro de nós, enquanto durarmos. No passado fizemos escolhas que, mesmo precoces e inconseqüentes, determinaram quem somos. Sim, mas seria cruel constatar que as grandes escolhas da vida são feitas na imaturidade, se o ser humano não pudesse renovar suas escolhas. Porém, enquanto houver presente - e coragem - escolha haverá. (Carmen VASCONCELOS. Como se não houvesse amanhã, in Substantivo Plural)

5 comentários:

Jens disse...

Putz, Glória S. e William Holden em Crepúsculos dos Deuses?
***
E Bogarth no final do Falcão Maltês, adaptado de Dashiell Hammet, fazendo referência ao bardo inglês: "Esta é a matéria de que são feitos os sonhos". Pára o mundo que eu não quero descer.
***
Como é bom ter 50 anos. Duvido que o mundo volte a ser tão maravilhoso.

o refúgio disse...

Adoro sua paixão pelo cinema, ou melhor, adoro suas paixões.

Belíssima citação!

Um beijo.

Anônimo disse...

Passando pra agradecer a visita e pedir permissão pra te linkar, encontro essa frase deliciosa de Carmen Vasconcelos que escolho pra nortear meu dia hoje: "...Porém, enquanto houver presente - e coragem - escolha haverá."
Bom fim de semana pra ti. Um beijo.

Anônimo disse...

Caro Moacy,
Estou me recuperando bem da cirurgia e se acontecer o mesmo com a outra, acredito que, no próximo sábado, estarei atualizando o meu blogue. Obrigado pelas palavras de "força". E que bom voltar aqui eme deparar com "Sunset Boulevard", do grande Wilder. E ver ao livro de Almeida Salles. É muito bom. E Almeida Sallesr foi um dos nossos maiores críticos de cinema e estilisticamente foi tão bom (ou melhor) do que Moniz Vianna. E, ao contrário deste, era aberto ao novo, ao vanguardismo consequente e necessário. Um grande abraço.

Anônimo disse...

Moacy, é sempre uma honra receber destaque no seu Balaio que, como não canso de dizer, é o espaço mais democrático da blogosfera. Abraço!