quarta-feira, 19 de setembro de 2007

ONTEM À NOITE, no Teatro de Cultura Popular da Fundação José Augusto, em Natal, vivemos um momento mágico: o lançamento do cd Meu machado cortador, do excelente artista pernambucano Cacau Arcoverde, de longas vivências natalenses. Realizado pela Estrela Produções, com patrocínio do Banco do Nordeste e apoio do Projeto Nação Potiguar, o cd investe de forma a mais criadora possível no coco de ganzá, no coco de roda, no coco de zambê e no samba de coco. Ou seja, uma verdadeira maravilha em termos culturais. Para completar, o lançamento em si a todos encantou, seja pela vivacidade do espetáculo, seja pela presença mítica em cena de alguns mestres do coco, como, por exemplo, o Mestre Bacalhau com os figurantes (mais de 20: crianças, jovens, adultos, velhos, homens e mulheres) do Coco de Roda de Canguaretama. Voltando ao cd, eis algumas de suas faixas mais expressivas: Chegou o maracajá (coco de ganzá), Mamãe eu vou tomar banho (samba de coco das Irmãs Lopes), Pinto pelado (coco de ganzá), Roseira (coco de roda), Cangote cheiroso (coco de roda), Navios de guerra (coco de zambê). E mais: Menina da boca de ouro, Cajueiro abalou, Na sombra do dendezeiro, Berro estradeiro/Recordações. E outras. Registre-se, ainda, que desde os tempos de Chico Antônio, o coco é uma das manifestações populares mais importantes do Rio Grande do Norte. Cacau Arcoverde, cidadão nordestino, músico dos melhores, sabe disso. Emeio para contato: cocosideral@hotmail.com


BALAIO PORRETA 1986
nº 2126
Natal, 19 de setembro de 2007


HAIKAIS de
Livío Oliveira
[ in Pena mínima. Natal, 2007 ]

Tempo
Pertenço à época
de uma tensão freqüente
feita à mão das horas.

Lugar
Poema onde vivo
todo espanto melífluo
que faz o meu canto.

Sono
Acordo, não durmo.
Pássaro improvisando
um jazz no meu sono.

Haikais sobre um Corpo de Mulher

III - Lábios

Tateio-te a boca,
albergue de língua acesa,
moldura molhada.

VIII - Púbis

Chegada doída,
suspiros de cansaço único,
exílio fálico.

6 comentários:

Jens disse...

Uêba! A coisa está agitada por aí. Legal. Aproveita.
Um abraço.

Anônimo disse...

Coisa boa quando a gente assiste um espetáculo que deixa em estado de graça, né?
Adorei os haikais de Livio Oliveira. Admiro esse poder de dizer tanto com tão pouco.
Que tua viagem continue ótima, Moacy. Beijo.

o refúgio disse...

Moacy, não conheço esse artista Cacau Arcoverde, não. Será que ele tem alguma relação com o Coco Raízes de Arcoverde que eu simplesmente adoro! Que noite, hein, amigo? Adoro adoro adoro coco de roda, samba de coco, coco coco coco a qualquer hora, danço feito louca, rsrs.

Beijos.

Anônimo disse...

Moacy, que bom que você está em Natal...
O livro de Lívio está lindo. Estive no lançamento dele.
Um abraço, Lisbeth

Theo G. Alves disse...

rapaz, lá vou eu atrás desse disco. vou tentar descobrir onde encontrá-lo...

e os poemas do Livio, sempre muito bonitos.

estive uns tempos sem internet, mas parece que agora tudo está de volta ao normal.

um grande abraço!!

Marco disse...

Eita! Caro mesmtre,
Que eu adoro ouvir um coco bem tocado...
Muito bonitos os hai-kais. Tenho especial predileção por este gênero de poesia. Érico Veríssimo escrevia uns primorosos.
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.