sábado, 15 de março de 2008

BALAIO PORRETA 1986
n° 2259
Natal, 15 de março de 2008


O BIG-BANG, O BANG-BANG, O FLA-FLU E O SERIDÓ
na visão de
Adam Frank & Moacy Cirne

Segundo a teoria tapuio-seridoense-marciana do Bang-Bang, todo o Universo - todo espaço, tempo, matéria e energia - emergiu de uma única explosão metafísico-aristotélica que o pôs em dinamismo. Só que, 40 minutos antes de tal fato (vide as pesquisas antropológicas de São Nelson Rodrigues, padroeiro do futebol fluminense), o Fla-Flu começara a existir. E assim sendo, uma luz fulgurante que ultrapassa qualquer descrição literária, filosófica, egípcia e/ou etílica inundou o universo recém-nascido.

E se o Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada, de acordo com o alquimista Muirakytan Macedo e as arqueólogas Ana de Santana, Eliene Dantas, Maria Maria, Iara Carvalho e Jeanne Araújo, o Poço de Santana - em Caicó de Todos os Sonhos - e o Poço da Bonita - em São José de Todos os Delírios - se formaram 40 minutos depois do Bang-Bang. O astrônomo Romário Gomes e o poeta Neil de Castro confirmam-no. Os astrofísicos Miguel Cirilo e José Bezerra Gomes também o confirmavam.

Mas houve uma segunda parte desta história mitológico-científica que muitos desconhecem, inclusive abecedistas, americanos, tricolores, rubro-negros, botafoguenses, vascaínos, colorados, gremistas e os freqüentadores do Beco da Lama, em Natal: a escuridão retornou como uma vingança da bixiga lixa, como uma vingança da porra. E uma Idade das Trevas cósmico-seridoense teve início menos de 1 milhão de anos depois do Bang-Bang e perdurou por cerca de 1 bilhão de anos. Haja Big-Bang!

Depois, conforme se expandia, o Universo resfriou-se levando a mistura de partículas, radiação, futebol e poesia a uma série de episódios dignos de um encontro entre Zé Limeira e Chico Doido, sob as bênçãos de Lampião e Maria Bonita. Dentre esses episódios, há que destacar a criação, 69 segundos após o Bang-Bang, de prótons, espermas e nêutrons, partículas constitutivas de todos os núcleos atômicos e literários. Após uns 382 mil anos o Universo tinha se expandido uma porrada de léguas, formando o hidrogênio metafísico.

O fato concreto é que o surgimento do hidrogênio metafísico, o mais abundante elemento no Universo, trouxe o fim de uma era cósmica e o começo da Idade das Trevas. Somente quando as multidões despertaram para o Fla-Flu e surgiram as cidades de Caicó, Acari, Currais Novos, Jardim do Seridó, São João do Sabugi, Serra Negra do Norte e São José da Bonita, antes mesmo de Londres, Paris e Catolé do Rocha, a Idade das Trevas chegou ao fim. Como se fora um filme de Jussara Queiroz fotografado por Manoel Dantas.

E uma nova era da Astronomia, então, foi inaugurada. A ser editada, claro, pelo Sebo Vermelho.

[ Para maiores informações:
cf. O primeiro bilhão de anos, in Astronomy Brasil, vol.1, nº 2 /São Paulo, 2007/ ]


DIA DA POESIA EM NATAL
Capitania das Artes. Sebo Vermelho e Palácio da Cultura.
Alice Ruiz, Paulo Bruscky e Chico César.
Carlos de Souza, Carito e Mário Ivo.
Falves Silva, Anchieta Fernandes e Nei Leandro de Castro.
Jeanne Araújo, Fernando Mineiro e Analu Campos.
Paulo Jorge Dumaresq, Alex de Sousa e Abmael Silva.
Dácio Galvão, Candinha Bezerra e Mirabô Dantas.
João da Rua, Patrícia Brito e Lívio Oliveira.
Chico César, Paulo Bruscky e Alice Ruiz.
Palácio da Cultura, Sebo Vermelho e Capitania das Artes.

9 comentários:

Francisco Sobreira disse...

Caro Moacy,
Você cita, de passagem Zé Limeira e eu "li" no seu texto (em que mais uma vez se revela o grande amor pelo Seridó e o Tricolor) a sombra do poeta popular. Um abraço.

Maria Maria disse...

Moacy, pena não ter participado do Dia da Poesia em Natal. Eu estava doente demais... Adorei o poema Falha de jeanne, sem dúvida, cheio de introspecções. Ah, visita-me! Beijos de Maria Maria

o refúgio disse...

"Foi mais ou menos nessa época que Recife emergiu entre corais. E o engenheiro e camelô Maurício da Silva construiu pontes para ligar suas ilhas. Muito, mas muito tempo depois, surgiu um tal holandês, chamado Maurício de Nassau, dizendo-se responsável pelas pontes e modernização da urbi. Bah, essa nobreza protestante..."
(extraído do "Diário de um Português Católico, Graças a Deus, e Tarado pelas Ìndias Ocidentais", Pernambúcália Desvairada, Edição revisada do século XVIII, encontrado no Gabinete Português de Leitura).

Um beijo.

Anônimo disse...

Realidade cósmica dentro de uma realidade social? Teoria tapuio-seridoense-marciana dentro de um contexto histórico-ficcional? Como sempre, criativo, Moacy. Como sempre, crítico. Como sempre, gentil.

Anônimo disse...

É verdade! Mas seria pior porque tem gente com a certeza que o mundo só começou quando nasceu.
Em tempo: Um dia me mudo para Natal!

Anônimo disse...

Vontade danada de ver Alice Ruiz, mas deixei passar.
Beijo!

Mme. S. disse...

sexta foi "Um dia para se ter alegria" e tantas outras coisas que cabem na poesia, né meu amigo? bom demais vir aqui. adorei a teoria dos 40 minutos antes e depois.
Sheyla

Jens disse...

Há controvérsias Moacy, há controvérsias. Dizem por aqui que o universo começou com o Rio Grande (do Sul). Logo depois veio o GreNal.
Um abraço.

Oliver Pickwick disse...

Não se vê(lê) mais crônicas como esta hoje em dia, exceto acerca do sub-segmento bang-bang, que ocupa boa parte de todas as mídias.
Abraços!