sábado, 28 de fevereiro de 2009

OS FILMES QUE MARCARAM ÉPOCA
NA CAICÓ DOS ANOS 50
Clique na imagem
para verouvir
a cena final de
Luzes da cidade
(Charles Chaplin, 1931)


BALAIO PORRETA 1986
n° 2583
Natal, 28 de fevereiro de 2009

Em janeiro de 1953, no Rex - em Natal -, encantei-me pela primeira vez com o admirável Luzes da cidade. Ainda no mesmo ano, voltaria a me entusiasmar com a figura ímpar de Carlitos, só que dessa vez em Caicó, a cidade de todos os meus seridoísmos. Não saberia dizer se foi o primeiro longa de Chaplin a ser exibido na terra do Padre Brito Guerra. Mas decerto foi a primeira comédia - com seus toques de tragédia e humanismo - a mobilizar tantos caicoenses em torno de um nome verdadeiramente emblemático em se tratando do universo mitológico do cinema. E o cinema, para todos nós, naquele momento, não era propriamente arte: era magia, pura magia. E encantamento.


CONTRA A FOLHA

Centenas e centenas e centenas de professores, artistas, escritores e jornalistas do país, ao contrário da FESP (Folha Escrota de S.Paulo), não acham que houve uma "ditabranda" no Brasil, nem consideram os professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato "cínicos e mentirosos". Neste sentido, o Manifesto que circula pela internet é bastante claro. Os interessados em assiná-lo podem clicar aqui para fazê-lo. Total de assinaturas até o momento (22:22h): 5.511.



PINGUELO
Mario Cezar
[ in Coivara ]

afinal, tua boca é
pétala acesa
precipício
é assunto de âmbar.

penhasco
(de perdição).


AINDA ASSIM
Adelaide Amorim
[ in Inscrições ]

toda saudade é bruma
e ainda assim
doi

saudade é como viajar
num barco que se perdeu


COMO EPIDEMIA
Márcia Maia
[ in Tábua de Marés ]

como se em tantos o mesmo
tempo se tecesse
e as distâncias amanhecessem
duplicadas
estende-se a saudade
— como epidemia —
nas manhãs de sábado


TEXTOPOEMA
Mariana Botelho
[ in Suave Coisa ]

poesia,
abrevia esse braço de lonjura...


UM ESTRANHO GOSTO
Sheyla Azevedo
[ in Bicho Esquisito ]

Gostava de lamber lágrimas. No começo tinha nojo de ver aquele líquido meio mar, meio leite, escorrendo por entre as planícies da face. Mas, depois, ao experimentar pela primeira vez, não quis mais parar. Gostava de ver o a tristeza se decantando em sal. Ás vezes, aqueles rostos traziam outros gostos: de emoção, de paixão, verdade, grito, desejo. Lamber lágrimas era seu esporte predileto. Talvez porque delas extraísse as histórias que nunca fora capaz de viver. Não por incompetência, mas porque não sabia chorar.

14 comentários:

Unknown disse...

Moacy e amigos:

Como é bom começar o dia vendo "Luzes da cidade". Lembro de um ensaio de Pasolini, publicado entre nós pela "Revista civilização brasileira", identificando "Luzes..." como cinema clássico. É mesmo! Desconfio que, guardadas as diferenças de estilo, no nível de Eisenstein.
Sobre as trevas da FSP: a mobilização dos contra foi além do que eu esperava!
Abraços:

Muadiê Maria disse...

âmbar...que palavra linda, sozinha já é poesia.
sabe que não sinto nada por Chaplin? devo ser uma das raras pessoas que não sentem nada por ele.
ditabranda é a pqp!

Francisco Sobreira disse...

Caro Moacy,
A derradeira imagem de "Luzes da Cidade", com o sorriso amargo de Chaplin, é, para mim, o melhor final da história do cinema. Tenho para mim que o final de "A Rosa Púrpura do Cairo" é uma citação/homenagem de Woody Allen a ele. Aliás, se não me engano, Allen considera "Luzes da Cidade" o maior filme de Chaplin. Também acho, a despeito de "Em Busca do Ouro", "Tempos Modernos", "O Garoto" e "O Grande Ditador".

Unknown disse...

Maria Muadiê:

Seu nome é muito bonito.
Ninguém é obrigado a gostar de nada (em seu caso, Chaplin). Mas se vc quiser conversar a respeito, disponha.
Beijos:

Marcos Silva

Cosmunicando disse...

hoje o balaio tá tão poético, moa!
uma doçura nos escritos e ainda emoldurado por essa figura inesquecível do chaplin =)
tudo muito!
beijos

Unknown disse...

Sobreira:

Por falar em finais, tem "Noites de Cabíria". E, antes, "A estrada".
Abraços:

Marcos

Francisco Sobreira disse...

Sem dúvida, Marcos. Mas, falando de Fellini, gosto ainda mais do final de "Oito e Meio". Um abraço.

dade amorim disse...

Inesquecível o lirismo de Chaplin.
E as companhias por aqui não podiam ser melhores.
Beijo, Moacy, e um ótimo domingo.

Anônimo disse...

Meu caro Mestre,
Os poemas de hoje estão uma maravilha. Você sabe como nos presentear com a boa poesia!
Um forte abraço.

putas resolutas disse...

eu sempre quis que o carlitos apertasse meus parafusos...

viva tudo!!

besos

Unknown disse...

Amigos:

Mandei mensagem elogiando a assinatura "putas resolutas", acho que não chegou ao destino. Acrescento que a versão masculina da mesma é "putos muy polutos". Com chaves inglesas (mesmo que made in North-east Brazil) prontas para uso.
Abraços:

Marcos Silva

Tobias disse...

"Luzes da Cidade": perfeito, visse?

Marcelo Novaes disse...

Moacy,


Postagem de memórias (cinematográficas) e correções de distorção da memória (sub-matérias jornalísticas). E vc arremata tudo com belos textos, e com "o Nilo descendo a testa e pingando o olho" de Sheyla Azevedo.




Abração,








Marcelo.

Beti Timm disse...

Mestre,

Chaplin, e sua adorável ingenuidade, que alegrou e emocionou tanta gente, com sua doçura despretenciosa! Sempre, escolho uma poesia que me encanta! Hoje fico com "Um estranho gosto". Linda, mui linda!!

Beijos carinhosos