sábado, 7 de março de 2009

OS FILMES QUE MARCARAM ÉPOCA
NA CAICÓ DOS ANOS 50
NegritoClique na imagem
para verouvir,
com Johnny Weissmuller e Maureen O'Sullivan,
o trêiler de
O tesouro de Tarzan
(Richard Thorpe, 1941)
ou
clique aqui
para verouvir apenas o famoso grito do
"homem-macaco".


BALAIO PORRETA 1986
n° 2590
Natal, 7 de março de 2009

Entre 1950 e 1954, um pouco mais, um pouco menos, os caicoenses - sobretudo os jovens - vibraram com quatro filmes estrelados por Johnny Weissmuller: O tesouro de Tarzan (Thorpe, 1941), Tarzan e as amazonas (Naumann, 1945), Tarzan e a mulher-leopardo (Neumann, 1946), Tarzan e as sereias (Florey, 1948), exibidos não necessariamente nesta ordem. Para a criançada, a "selva africana", com seus jacarés, seus elefantes e a popular Cheeta, não ficava muito longe de Caicó. Afinal, o mundo era menor do que parecia ser. Campina Grande (PB), por exemplo, para mim não passava de uma casa enorme e vagamente misteriosa numa das principais ruas de Jardim do Seridó. E o personagem literário criado em 1912, que atingiria o cinema em 1918 e os quadrinhos em 1929 (ainda hoje admiramos as adaptações de Foster e Hogarth), para todos nós representava o emblema do "homem selvagem em contato com a natureza". Neste quadro, o ator Johnny Weissmuller desponta como símbolo maior do próprio Tarzan, mesmo levando em conta a precariedade técnica e narrativa de seus filmes.


PROTESTO CONTRA A FOLHA

Na capital paulista, hoje é dia de protestar publicamente contra a FESP (Folha Escrota de S.Paulo), por sua visão descarada em relação à ditadura militar que se abateu sobre o Brasil de 1964 a 85, particularmente a partir do AI-5, em dezembro de 1968. Há que condenar também a maneira cínica e mentirosa dispensada pela FESP a dois dos mais conceituados intelectuais brasileiros em função de sua postura crítica diante do lamentável episódio. Neste sentido, o manifesto contra os editores do jornaleco paulistano já atingia, nesta manhã, mais de 7.500 assinaturas. Aliás, os interessados em assiná-lo podem clicar aqui para fazê-lo. Total de assinaturas até o momento (9:56h): 7.561.


ADIVINHAÇÕES POPULARES
[ in Cantadores, de Leonardo Mota ]

1. - O que é, o que é?:
A carne da moça é dura,
Mais dura é quem a furou:
Meteu o duro no mole,
O duro dependurou.

2. - O que é, o que é?:
Nágua nasci,
Nágua me criei;
Se nágua me botarem,
Nágua morrerei.

3. - O que é, o que é?
A mãe é verde,
A filha é encarnada;
A mãe é mansa,
A filha é danada.

(Respostas no final da postagem.)

A PANTERA
Romério Rômulo

a fresta da pantera, uma lacuna.
o olho arranca coragem.
seu riso tem lábio de sangue,
presa de cio breve.
a mata lhe solta as vertigens
e os dias
entre rasgos de espadas, seu passo.
ribombo da garganta soa podres.
o dente esava a carne. a morte rompe.

a vida se revela.



Memória 1997
DEZ LIVROS FUNDAMENTAIS DA POESIA BRASILEIRA
segundo
Nei Leandro de Castro
[ in Balaio Incomun, nº 987, 14 de julho de 1997 ]

1. Libertinagem (Manuel Bandeira)
2. Sentimento do mundo (Carlos Drummond de Andrade)
3. O visionário (Murilo Mendes)
4. O cristal refratário (Abgar Renault)
5. Romanceiro da Inconfidência (Cecília Meireles)
6. A educação pela pedra (João Cabral de Melo Neto)
7. O domingo azul do mar (Paulo Mendes Campos)
8. Arranjos para assobio (Manoel de Barros)
9. Navegos (Zila Mamede)
10. Hora aberta (Gilberto Mendonça Teles)


OFÍCIO
Antônio Morais de Carvalho
[ in Jogo de sentidos, 1986 ]

Não quero o poema-perfeito:
O fastio dos Deuses,
A bondade do Diabo,
O Verbo,
A Bomba!

Não quero o poema-perfeito:
Eu sei que o ultrapasso
Ao tocar o seu mistério.

Não quero o poema-perfeito,
O último-poema:
A poesia
É meu ofício cotidiano.

LIVRO DE THEO G. ALVES

Será lançado hoje em Currais Novos, a partir de 19h, na Villa, ao lado do Tungstênio Hotel o livro do poeta e escritor Theo G. Alves Pequeno manual prático de coisas inúteis, das Edições Flor do Sal. Infelizmente, ao contrário do que planejamos, a nossa viagem a CN tornou-se inviável neste final de semana. De qualquer modo, parabéns a Theo.


RESPOSTAS DAS ADIVINHAÇÕES

1. Brinco de orelha;
2. Sal;
3. Pimenta.

7 comentários:

nina rizzi disse...

muito boa essa edição! tentei fazer a petição, mas cai numa página de colaborações monetárias, aí... tou less. choveu horrores na cidade-solar (pasme!) e minha casa foi destelhada, tou ainda mais duranga :s... os poemas são ótimos, as advinhações hilá-rias. dos livros concordo pleno, sobretudo libertinagem, um dos meus preferidos. só me falta agora ler a zila mamede :)

obrigada por um momento matinal divino assim :)

Adrianna Coelho disse...


hoje eu não deixei passar nada: até fui ver o trailer do tarzan com o maior prazer e um sorriso no rosto...

os poemas do romério e do antônio são lindíssimos... nas adivinhações populares, sou terrível... rsrsrs

cliquei no manisfesto!

beijos!

Jens disse...

Bah, Moacy, fui lá ver o trailer. Voltei às matinês domingueiras do Cine Ipanema. E a Maureen O'Sullivan? Nham, nham, nham! Deusa!
Um abraço. Bom sábado. Aqui, sol.

Mme. S. disse...

só acertei a pimenta... as demais, dei asas à imaginação... um beijo, e até segunda!

Unknown disse...

Adorei o filme! Ah como era boa essa época do cinema. The warriors elephants... podiam fazer filmes com esse tipo de imagem e "violencia".

Dos livros, meu preferido é Arranjos para Assobio do Manoel de Barros. Não li o nº 1, 3, 4 e 6 ou seja estou out.
Errei todas as adivinhções e os poemas são maravilhosos.
Esse bla bla bla de ditadura, volta e meia se repete. Vivi os tempos negros. Tive amigos e parentes presos e torturados. Quem será que vai enterrar esse assunto para sempre?

Parabéns Moacy!

Belíssima postagem!

Abraços

Mirze

Unknown disse...

Prezada Mirse:

A FSP está querendo enterrar a ditadura para sempre, sob a sigla DITABRANDA. Esquecer é um perigo! Melhor lembrar criticamente e querendo ir adiante, querendo coisas melhores.
Beijos pró-democracia:

Marcos Silva

Pedrita disse...

nossa, o tesouro de tarzan, eu via esses filmes com minha irmã na sessão da tarde. a folha deve estar adorando essa polêmica. há uns veículos que fazem atualmente qq coisa por ibope. beijos, pedrita