domingo, 12 de julho de 2009

OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
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o trêiler de
Levada da breca
(Howard Hawks, 1938)


BALAIO PORRETA 1986
n° 2720
Rio, 12 de julho de 2009

Bringing up baby / Levada da breca, a história de um tímido paleontólogo, extremamente desajeitado (interpretado por Cary Grant), às voltas com uma solteirona milionária (vivida por Katharine Hepburn), é uma das mais deliciosas comédias da história do cinema americano e mesmo mundial. Na verdade, trata-de de um dos melhores filmes de Howard Hawks.


12 COMÉDIAS INSUPERÁVEIS
segundo a nossa
leitura crítico-afetivo-libertinária

1. Sherlock Jr. (Keaton, 1924)
2. A General (Keaton & Bruckman, 1927)
3. Em busca do ouro (Chaplin, 1925)
4. As férias do Sr. Hulot (Tati, 1953)
5. Luzes da cidade (Chaplin, 1931)
6. Levada da breca (Hawks, 1938)
7. Meu tio (Tati, 1958)
8. Quanto mais quente melhor (Wilder, 1959)
9. Sete amores (Keaton, 1925)
10. Tempos modernos (Chaplin, 1936)
11. A carruagem de ouro (Renoir, 1952)
12. Sorrisos de uma noite de amor (Bergman, 1955)


Diretamente do
BAR DE FERREIRINHA
em Caicó, RN

Alguns xirimbabas dos Senadores anunciaram que eles estarão na festa dos 50 anos [do nosso bar, no dia 26 de julho]. Imediatamente, Bibica, Meu Mel, Didi de Mané de Josino, Djalminha, Fanfan, Quinca da Caern e Seu Bina fizeram um protesto: Não aceitamos esses senhores aqui neste ambiente, pode contaminar a Galera.
Tem sentido.



ÁGUAS
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]

Água de chuva para o corpo cansado
Água de chocalho para o pouco falar
Água de colônia para o cheiro no amor esperado
Água do açude para as partes lavar.

Água de biqueira para uma tarde de chuva em Currais
Água de choro para amaciar a dor
Água de bica para limpar os quintais
Água de rosas para chamar o amor.

Água de poço para o beijo escondido
Água de lua para fazer poesia
Água de igreja para afastar o maldito
Água de nuvem para paixão fugidia.

Água de pote para matar a sede
Água de quarta para lembrar vovô
Água de açúcar para deitar na rede
Água de saudade para molhar o cobertor.


A PELEJA ENTRE O CRIADOR DE SERES ÁPOROS
VERSUS O ROMANCISTA CANTADOR
Marcius Cortez

O embate entre Milton Hatoum e Chico Buarque na 7ª Flip ficou por conta de cada um de nós. À medida que se reune no mesmo local dois renomados escritores, é natural que ocorram comparações. O rapaz barbudo com cara de poeta declarou que Milton leu melhor do que Chico, que, em contrapartida, fez a plateia rir mais vezes. O confronto - que a meu ver não houve - começou muito bem. O ficcionista Chico Buarque pegou um trecho do seu último livro e nos apresentou a Matilde e a Eulálio. Hatoum repetiu a dose, pinçou um pedaço de um dos seus romances e nos apresentou suas palavras escritas. O autor, ao vivo e a cores, lendo as suas obras para o público, que é ainda a melhor ideia da Flip, dividiu a plateia. Muitas das 850 pessoas que lotavam a Tenda dos Autores e as 1.400 da Tenda do Telão se mostraram desconcentradas, alunos falando durante a aula. A formação do leitor é um processo complexo, estamos ainda engatinhando, embora após sete anos de Flip, podemos dizer que superamos a fase dos primeiros passos.

O fato mais relevante desse encontro foi o respeito com o qual os palestrantes se relacionaram com o público. Reinou um clima tranquilo, porém o enfoque preponderante foi o do trabalho. O mediador Samuel Titan Jr., companheiro de Milton Hatoum na tradução de uma obra-prima da literatura, Os três contos de Flaubert, interferiu o mínimo possível e quando o fazia primava pela síntese e pertinência. Mesmo na hora de falar de assuntos mais convencionais tipo "o que levou você a escrever o seu último livro", tanto Chico quanto Milton, trataram essas questões com profissionalismo. Eles também discorreram sobre o método de trabalho que empregaram nas suas duas últimas obras. Chico revelou que num certo momento da criação de Leite derramado leu sobre navios, suas viagens e seus passageiros. A plateia, que sempre manifesta sua curiosidade em torno disso, bebeu suas palavras.

De certa maneira, quando lê Hatoum, você entende o Brasil e quando lê Chico, você flagra 0 brasileiro, perdido entre os seus absurdos e o seu bote salva-vidas, que é o nosso jogo de cintura. No trabalho de Milton está mais presente a miséria de nossa formação, uma contundente recriação imaginária do nosso passado, presente e futuro. Morte e nascimento, cinzas e territórios ilhados. Quanto a obra do Chico, o seu universo literário parece ser uma moeda de duas caras e de duas coroas(¹). A impressão que pude formar de suas obras é que Milton nos apresenta um produto mais bem acabado quando chega ao seu final. Escritor consciente de onde pretende chegar, sua pena pouco oscila, trafegando numa preferencial harmônica. Já a obra de Chico Buarque se mostra mais sujeita a trepidações, seus livros intercalam altos e baixos. Deve ser por essa razão que a nossa crítica literária, quase que de maneira unânime, não poupa elogios ao autor de Dois irmãos. Três dos mais importantes críticos brasileiros - Davi Arrigucci Jr., Luiz Costa Lima e João Alexandre Barbosa - se manifestaram sobre Milton, sendo que esse último dizia para quem quisesse ouvir que MH era o único escritor de verdade na atual literatura e que o resto era o resto.

Vendo isso sobre esse ângulo, na peleja entre o criador de seres áporas e o romancista cantador talvez tenha havido um vencedor. Mas lhe juro com toda sinceridade: isso não possui a menor importância. Mesmo porque ficou evidente para aquelas três mil pessoas que ouviram Chico e Milton que, se existiu algum vencedor, esse foi, sem sombra de dúvidas, nós, os leitores.

Nota:

(¹) Ver como abordei a duplicidade em Chico Buarque e os três primeiros livros de Milton Hatoum em Barbaridades críticas, a sair [Chaminé Voadora Editorial], capítulos 1 e 3 da última parte da obra.

11 comentários:

Francisco Sobreira disse...

Moacy,
Hawks foi um dos maiores diretores do cinema americano. Ele se deu bem em todos os gêneros pelos quais incursionou. Western, comédia "noir", policial. Na comédia, além desse "Levada da Breca", gosto muito de "Bola de Fogo" (co-roteirizado por Wilder), um pouco menos de "Inventor da Mocidade".Menciono ainda "Hatari", pois acho uma mistura de aventura (sim, ele foi bem igualmente em filme de aventura) e comédia. Da sua lista (muito boa), não conheço "Sete Amores". Um abraço.

Pedrita disse...

esse filme levado da breca não vi. adoro esses cartazes antigos. a general é maravilhoso. beijos, pedrita

BAR DO BARDO disse...

Ótimo domingo!

Obrigado!

Cássio Amaral disse...

Moacy meu amigo,

Por favor quero te mandar meu livro de presente. Me diz seu endereço via email: camal567@gmail.com

Um grande abração de luz.

Unknown disse...

Oi Moacy!

Beleza de filme!

Será que precisarei ir aí no Bar do Ferreirinha só para comemorar meu aniversário? Dia de Santana! Ia ser Bótimo!

Adorei o poema de Maria Maria, muito legal!

Juro que tentei ler a matéria de Marcius Cortez, mas não sei porque, meus olhos só leem Chico.... que coisa! Agora falando sério.... Leite Derramado e Estorvo, são livros maravilhosos.
Mas prefiro ele compondo músicas que tenho certeza que são para mim.

Beijos

Bom domingo!

Mirse

Anônimo disse...

Tá aí uma pessoa que madruga nos blogs!! Seo Moacy! Obrigada pela visita. Acho que vc é cinéfilo, mas é claro que isso é um elogio.
um abração
Marisete

Lívio Oliveira disse...

Li o último livro de Chico Buarque, "Leite Derramado", e fiquei satisfeito como quem ouve uma de suas canções.
Chico é o gênio da raça!
Abraço, Moacy.

Maria Maria disse...

Oi, Moacy!

Você sempre muito atento.
Obrigada pela postagem de Águas.

Beijos

pituleira disse...

Mirse, pode crer que será um prazer pra nós. Venha mesmo, seu aniversário será comemorado com muito Samba, muito Forró e muita poesia, além é claro com muita birita.

pituleira disse...

Mirse, pode crer que será um prazer pra nós. Venha mesmo, seu aniversário será comemorado com muito Samba, muito Forró e muita poesia, além é claro com muita birita.

Helô Müller disse...

Que boa a sua dica, aliás as suas dicas ! Comédias, neste mundo de hoje, fazem-se necessárias !!
Uma bela semaninha pra ti e obrigada pela mais que gentil visita!
Beijos
Helô