O Itans e a Serra de Samanaú,
em Caicó
Foto de
Roberto Fontes,
um dos editores do blogue Bar de Ferreirinha
BALAIO PORRETA 1986
n° 2749
Natal, 11 de agosto de 2009
Eu não nasci pra viver, mas pruma coisa muito melhor,
que ainda vou descobrir o que é.
(Millôr FERNANDES. A Bíblia do caos, 1994)
POEMA
Cláudio Shuster
[ in Beba Poesia ]
pensar nos diferencia
amar nos poesia
Açude Sabugi ou Santo Antônio,
em São João do Sabugi
Foto de
Dercílio Morais
in
Sabugilândia :
em Caicó
Foto de
Roberto Fontes,
um dos editores do blogue Bar de Ferreirinha
BALAIO PORRETA 1986
n° 2749
Natal, 11 de agosto de 2009
Eu não nasci pra viver, mas pruma coisa muito melhor,
que ainda vou descobrir o que é.
(Millôr FERNANDES. A Bíblia do caos, 1994)
POEMA
Cláudio Shuster
[ in Beba Poesia ]
pensar nos diferencia
amar nos poesia
Açude Sabugi ou Santo Antônio,
em São João do Sabugi
Foto de
Dercílio Morais
in
Sabugilândia :
ETA! ANJO DANADO, HEIM, DRUMMOND?!
Luma Carvalho
Luma Carvalho
[ in E o que é a Poesia? ]
quando nasci
um anjo velhinho
banguela
disse
:
vai carregar asas
menina
a vida inteira!
mal comecei a andar
e o meu destino
ladeiras
colinas
ribanceiras
.
.
.
minhas asas?!
ora! a cauda de uma pipa
bicicleta
rolimã
a pedra de uma baladeira
BICHO DANADO
Nydia Bonetti
[ in Longitudes ]
Nydia Bonetti
[ in Longitudes ]
meu coração
uma goiaba - bichada
bicho danado
chamado - solidão
se bicho
de goiaba - é goiaba
bicho
de coração - é coração
creio então
estar sendo - devorada
pelo meu próprio
bicho - danado coração
uma goiaba - bichada
bicho danado
chamado - solidão
se bicho
de goiaba - é goiaba
bicho
de coração - é coração
creio então
estar sendo - devorada
pelo meu próprio
bicho - danado coração
MAR VAGABUNDO
Hercília Fernandes
[ in Maria Clara, Simplesmente Poesia ]
"O mundo é grande, mas em nós ele é profundo como o mar" (Rilke)
Hercília Fernandes
[ in Maria Clara, Simplesmente Poesia ]
"O mundo é grande, mas em nós ele é profundo como o mar" (Rilke)
Há um mar em mim.
Um mar de águas revoltas.
Nuvens pesadas circulam passageiras
Areias, em fileiras, atiram-me ao fundo
quase sempre certeiras.
Há um mar em mim
E eu tantas vezes nada entendi:
da cor que me veste olhos d'agua
e do vento que me sopra à maré baixa.
Pois há um mar em mim
E eu não tive sequer escolhas
Não pude dizer (ao mar)
que parasse com esses cantos sombrios
Nem que me deixasse a não-mercê de tais desafios.
Por que esse mar é fora da lei
Não sabe o que é sorte, nem teme solidez
Tudo sente, nada sofre e me move à embriaguês.
Por que esse mar é poço sem fundo
Quanto mais arrasta, mais revira tão doce mundo
Secando-me as águas claras em tons cinza profundos.
Isso tudo porque esse mar é vagabundo...
17 comentários:
Bom dia, Moacy!
Tenho um enorme desejo de ver um açude sangrande ou não. Quem sabe eu melhore e possa ver de perto? Porque essas imagens atraem demais!
Millôr é eterno!
Hoje os tres poemas estão maravilhosos!
Cada um com sua arte ímpar:
Aplaudo Hercília, Luma Carvalho e Nydia Bonetti.
Parabés às grandes da poesia!
Obrigada, Moa!
Excelente dia!
Beijos
Mirse
Sempre textos e visus duca.
Nem precisava, mas destaco a Nydia e a Hercília, porque me tocam fundo...
Abraços, Moa!
bonito o mar vagabundo e belíssima essa tela de sophie anderson. beijos, pedrita
tudo bonito - a tua serra, o rio, os versos de tanta gente...
besos
depois de reler o balaio lembrei-me dum poeminha antigo, vou postá-lo lá no blog...
besos
Danadinho você, Moacy... :)) beijoooo
Moacy,
Belo este número do Balaio. Poética das águas mais universo metalinguístico feminino. Uma boa surpresa você me faz!
Sempre um enorme prazer ler as páginas do Balaio. Agradeço-lhe por meu “mar vagabundo” figurar ao lado dessas belezas seridoenses e vozes femininas tão encantadoras.
Mais uma vez, o meu muito obrigada poetíssimo.
Um forte abraço às poetisas in destaque e aos seus leitores.
Beijos,
H.F.
dá gosto abrir esse balaio, viu? Cláudio, Hercília, Luma, Nydia - tudo bom demais. E a cereja da tora, o Millor.
ô moacy...
saiba que é sempre um imenso prazer ocupar este espaço tão iluminado e tão visitado que é o teu "balaio"...
beijos na alma
com sabor de "estou indo ao lado da amiga e poeta paula érica participar da 4ª recitata em recife - estamos ansiosas"
luciana
luma
lua
Mestre querido,
sempre tive uma "rusga" com Millôr, nas suas citações sobre as mulheres, mas sendo ele dono de uma picardia tão irônica e inteligente, hj consigo entendê-lo e apreciá-lo. Essa frase dele é excelente, diz tudo sobre o que somos e buscamos, as vezes apenas um "nada" despretencioso.
Obrigada pelo carinho de sempre e adoro seus versos, tão carinhosos. Vc sempre me encanta.
Beijos com açucar e com afeto.
"pensar nos diferencia/(para o bem, ou para o mal, eu digo) amar nos poesia"( aí, só beleza e bem!).
Você é um garimpeiro ou um garimpador de pérolas "porreta", Moacy!
A gente fica sem opção de quais frases...
Mas, esse "mar vagabundo" que faz e des-faz, que "é fora da lei" e de controle, ganha um louvor!
Beijos!
Dora
Cláudio Shuster: genial! e vc, querido como sempre. beijos, S.
A sabugilândia me faz lembrar de Assis Marinho, que achou sua terra no Seridó após fugir da seca da Paraíba.
Que poemas lindos, maravihosos.
Obrigada pela visita!!
Moacy, este Balaio está uma presença, tanto pelos textos escritos quanto pelos imagéticos. Lindos poemas. Eliade, foi pra cá mesmo - São João do Sabugi - que Assis Marinho veio a fim de pintar o sete e suas artes. A tela-fotografia de Dercílio é um primor, heim?! Abraço!
-dona minina é o que é uma vagina? - é o poço da alma
Moacy,
Você conseguiu tornar ainda mais bonita a foto da Serra de Samanaú. Qual o truque?
Porreta o Balaio de hoje.
Roberto
Belos poemas, caro mestre Moacy. Você sempre com muito bom gosto na seleção de poesias.
Indicação de filmes: "O contador de histórias" e "A vida secreta das abelhas". Vi e gostei muito.
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
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