sábado, 21 de novembro de 2009

UM FILME É UM FILME É UM FILME
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para verouvir o trêiler de
As duas faces da felicidade
(Agnès Varda, 1965)
Um filme delicadamente impressionista, nas cores e na forma: a história de um jovem carpinteiro que ama sua mulher e seus filhos, e que se apaixona por outra mulher. O seu amor pelas duas é intenso, um amor que se revela embriagador: embriagador como uma tarde de verão ou como uma noite de lua cheia. Mas a ação do filme não se passa em Natal, nem em Caicó, não se passa em Olinda, nem em São José do Seridó, não se passa em Macaíba, nem em João Pessoa, não se passa no Rio, nem em Fortaleza; passa-se mesmo na França. E há uma tragédia no meio do caminho. Cabe perguntar, como já se fez: "O amor é algo natural? Onde começa o moralismo? Quem precisa da verdade?" Também já se disse: "O filme, com as cores sensuais do Impressionismo, é venenoso como um belo fruto bichado e cruel como a música de Mozart". Fotografia de Claude Beausoleil (que nome mais apropriado!) e Jean Rabier.

[Em tempo: a série 'Os filmes que marcaram Caicó nos anos 50'
voltará oportunamente
.]



BALAIO PORRETA 1986
n° 2849
Natal, 21 de novembro de 2009

Grandes filmes lançados e/ou produzidos em 1965,
segundo a nossa avaliação atual,
sujeita a chuvas, morangos e seridolências:

1. Simão do Deserto (Buñuel)
2. Pierrot le fou (Godard)
3. Os sem-esperança (Jancsò)
4. Por alguns dólares a mais (Leone)
5. A batalha de Argel (Pontecorvo)
6. As duas faces da felicidade (Varda)
7. São Paulo Sociedade Anônima (Person)
8. Alphaville (Godard)
9. A pequena loja da rua principal (Kadár)
10. A bossa da conquista (Lester)
11. Os amores de uma loira (Forman)
12. Film (Beckett & Schneider), curta


A POESIA ESTÁ DE LICENÇA
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]

todas as lamparinas foram apagadas,
as velas já não choram mais,
não há mais luz nos candeeiros,
e a brasa do velho fogão de lenha se diz fria.

A poesia deseja um tempo de recolhimento,
de pausa para a meditação, de chá de camomila,
de descanso e de incandescências.
Precisa dormir com(o) os anjos.

APELO
Adriana Godoy
[ in Voz ]

traz para mim os dias que não vivi
todas as noites perdidas
e o sorriso que não tenho mais

vai lá e busca o que me cure
sem que doa ou que arda
apenas que alivie

encontre o que deixei cair na estrada
os poemas esquecidos nas gavetas
e as músicas que não ouço mais

molhe os pés no mar
porque aqui só há montanhas
e jogue uma flor pra iemanjá

deixe seu cheiro espalhado
compre uma garrafa de champanhe
velas amarelas e incensos de baunilha

estou aqui do outro lado e juro
tem uma lua enorme no céu da cidade


LIVROS & LIVROS

São vários os livros que deveremos ler (e comentar) nos próximos dias, todos igualmente dignos de atenção: sem ordem preferencial - Lábios-espelhos, de Marize Castro; Barbaridades críticas, de Marcius Cortez; Metamorfoses das linguagens, de Marcos Silva e outros; Simples filosofia, de Pablo Capistrano; Colóquio com um leitor kafkiano, de Nelson Patriota; De mocinhos e super-heróis, de Alex Medeiros; Dos bondes ao hippie drive-in, de Carlos e Fred Sizenando Pinheiro; Cenas brasileiras, de Marcos Silva e Bené Chaves (orgs.); Lendo as imagens do cinema, de Laurent Jullier e Michel Marie; Almanaque do cinema, de Érico Borgo, Marcelo Forlani e Marcelo Hessel; Gênesis [HQ], de Robert Crumb. Decerto, alguns desses livros já foram lidos, total ou parcialmente.


INFORMAÇÃO DE ÚLTIMA HORA

Acabamos de saber que a dona prefeita de Natal, a dondoca Micarla de Sousa, do PV, usou, agora de manhã, a Missa da Padroeira da cidade, na Igreja do Rosário, para fazer proselitismo político da pior espécie, explorando de forma melodramática a religiosidade do nosso povo. Haja paciência para tanta enrolação e merdiocridade.
Natal continua de luto.


12 comentários:

Bené Chaves disse...

Eita, Moacy, eu comprei também este 'Almanaque do cinema'! Parece-me interessante pelas primeiras páginas. Vou anotar 'Lendo as imagens do cinema' para adquiri-lo.
Sobre os filmes que vc cita gosto muito de 'A bossa da conquista', embora nunca mais o tenha visto.

Um abraço...

Francisco Sobreira disse...

Moacy,
Não conheço Le Bonheur, mas me lembro que, à epoca do seu lançamento no Rio, foi um filme prestigiado, de um modo geral, pela crítica. Conheço Cléo das 5 às 7 e gosto. Um abraço.

* Esperava encontrá-lo no lançamento do livro de Nelson. A não ser que você tenha chegado depois que saí, por volta das sete e meia, pois fui o primeiro a chegar, antes das 6.

Canto da Boca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Canto da Boca disse...

Deu uma vontade danada de ver o filme, "As duas faces da felicidade".
Vi o poema da Maria, lá no Espatilho; o Apelo é uma poesia cheia de sentidos e "apela" para que questionemos a nós mesmos, afinal "no céu tem uma lua enorme".

Abraço!

Pedrita disse...

político fazendo campanha indevidamente anda cheio. tem um filme pra ser lançado com esse intuito. beijos, pedrita

Unknown disse...

Boa lista de filmes. Versos precisos das poetas. Sábado de sol.

Jens disse...

Clap! Clap! Clap!
Os aplausos são para o Apelo, da Adriana Godoy. Poemaço!

Um abraço. Bom findi.

Marcelo Novaes disse...

Moa,


Eu fico com as litanias e poemas litúrgicos de Adriana Godoy e Maria Maria, esquecendo o baixo sermão de Micarla.


Nos tempos em que fui sacerdote, no século XVI (torturado pela Inquisição), eu a expulsaria da Igreja.



Não tem padre cabra-macho por aí?!





Abração,








Marcelo.

nina rizzi disse...

caramba, antes de mesmo de ler a imagem já me estatelou: os girassóis são minhas flores prefequeridas... e aí eu leio isso e... putz, dá até uma coisa aqui na garganta que pode ter sido da minha viagem, o vento, a maresia, a areia... le couer d'u bonheur... arre égua. aí eu vejo o trailer. as duas são tão parecidas, né. e tudo tão amarelo, tão, como vc brilhantemente diz: impressionista. tá impresso aqui, vou vi-ver esse filme, podexá.

bem, mas o que eu queria mesmo te dizer, ansiosa por dizer, aliás, é que a minha viagem pelo interior do ceará foi pitoresca! olho pela janela e leio: "seminário serafínico do seridó", te juro, cabra! do lado? "bodega caicó" que em plena seis horas da matina estava cheia de bebuns. e eu: valha, diabéisso eu cochilei no ônibus? olho pra trás e tá lá, enorme, a virgem dos lábios de mel. passada, enfiei a cara pra fora do coletivo e consigo ler o nome da rua: ellena porto :| eu nunca havia lido ellena assim e seria filha da líria? calma, tem mais, debaixo do nome da rua: "vila rômulo valadares".. HAHAHAHA.. não é pilhéria, eu juro! e não estava bêbeda e nem sonolenta...

quanto aos livros, deixo a "sopa de kafka". já se perguntou como seria jantar com ele, com a virgínia woolf? eu que adoro cozinhar já. e foi isso qque pensou também um tal Mark Crick, que escreveu e ilustrou o livro fazendo uma incursão na história da literatura mundial em 14 receitas. ele vai parodiando o estilo de diversos autores enquanto nos dá ddeliciosas receitas, massa né? é mais tem pra geração saúde também.. rsrsrs...

aiai, como eu falo demais. então, inté, que agora vou recitar o poema da adriana godoy... um cheiro :)

Maria Maria disse...

Oi, Moacy!

Grata pela postagem desse poema.
Ah, ainda espero a resposta de para onde devo enviar o seu livro.

Beijos,

Maria Maria

líria porto disse...

ellena porto - a nina é minha filha, pronto!

acho isso uma beleza, amar intensamente duas pessoas ao mesmo tempo - e por que não? meu coração também é grande!

lindas adriana e maria maria!

ah - o almanaque do cinema - vou procurá-lo para espiar e depois dá-lo de presente à filha fafá!

besos

nina rizzi disse...

liria, o diabo desse pc que tou usando ta completamente desconfigurado, mas nem porisso naoperite dizer(dois pontos) simm querida, vc e minha maezinha.uebaaaaaaaaa, mas iss nao e novidade pra nos, ne...