quinta-feira, 22 de abril de 2010

Aqueduto de
Conservatória RJ
Foto:
Cahe Fonseca


BALAIO PORRETA 1986
n° 2999
Rio, 22 de abril de 2010


Hoje [ a equipe da Veja] é um desastre total. É um bando de facínoras. A Abril está nas mãos de um grupo sul-africano que era a favor do Apartheid.
[ Mino CARTA, in A Tarde (BA), via Substantivo Plural ]


MÁRMORE
Henriqueta Lisboa
[ in Miradouro e outros poemas, 1976 ]

Mármore seco, nenhum pranto
umedeceu teu corpo liso.
Foi teu destino a solidão,
companheiro perdido.

Se alguém chorasse acaso
sobre teu compacto silêncio,
ao sol secariam as lágrimas
cujo sabor desdenhas.


UM BLOGUE, UMA RECOMENDAÇÃO
Dilma na Web


BARULHO
Lau Siqueira
[ in Poesia Sim ]

palavra
por palavra
minha úlcera
de verbos
tece aos poucos
a membrana
do silêncio

[ do livro O comício das veias ]

ÊXODO
Gilberto Mendonça Teles
[ in Plural de Nuvens, 2006 ]

Chegamos à planície, onde teus olhos
inventarão o azul dos horizontes
escandidos nas unhas, como os versos
na fábula dos dias impossíveis.
Aqui o tempo enrola seus casulos
de terras e de mares estrangeiros.
E o mito desenrola-se nas sedas
da longa solidão que desfazemos.
Nestes campos noturnos nosso povo
construirá seu reino na linguagem
da Terra Prometida, que buscávamos
neste êxodo sem fim, que agora finda.


TEIA
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]

Para tecer um poema
basta uma aranha.

CECI N'EST PAS UNE POÈME
Assis Freitas
[ in Mil e Um Poemas ]

o corpo enlanguescido
esquece
o líquido soprado na veia

6 comentários:

Jarbas Martins disse...

bela amostragem, velho moá. bela e eclética.henriqueta lisboa, lau siqueira, maria maria, assis freitas, com todas as suas diversidades, são clássicos em qualquer antologia.

Jarbas Martins disse...

desculpem-me. ia deixar por último o nome do mestre e grande poeta gilberto mendonça teles, e acabei me esquecendo.conheço muito de sua valiosíssima obra crítica e
tenho a sua poesia como modelo.tem muitos amigos e admiradores aqui em natal.

Unknown disse...

Maria Maria:

Fui ao Espartilho de Eme para ler seu poema. Gostei muito dele, se fosse um poema-processo eu acrescentaria um verso em minha versão: EIS-ME.
Um beijo do homem-aranha:

Marcos Silva

Unknown disse...

O Balaio possui o mister de aproximar poetas e poesia em um espaço democrático. Sinto-me muito bem acompanhado. Obrigado mestre. Abraço.

Adriana Riess Karnal disse...

Moacy,
Adorei a seleção de mini-poemas...uma aranha é um poema...a web se fez assim.

.maria. disse...

tempo-tecido que quero despir. que beleza de post. uma colcha de retalhos de fina estampa.
beijos.