sábado, 12 de julho de 2008


A atriz potiguar
Rejane Medeiros,
nascida em Acari,
estrela dos filmes
Sangue quente em tarde fria
(Fernando Campos & Renato Newman, 1970)
e A noite do espantalho (Sérgio Ricardo, 1974),
entre outros


BALAIO PORRETA 1986
n° 2366
Natal, 12 de julho de 2008


O segredo da vida está no entendimento.
Se você não entende a vida, torna-se desajustado.

(Luís da Câmara Cascudo, 1983, in
Osair Vasconcelos, 2008)


DOIS POEMAS DE
Ada Lima
[ in Menina gauche. Natal, 2008 ]

Uma ninfa e um marujo
habitam em mim.

Sinto fome
de algo
que não tem nome.

Tenho sede
de coisas inexistentes
que vivem nas pontas dos meus dedos
palpitantes
e suados

como alguém em derradeira agonia.

Não sei falar, por isso escrevo.
Mas estou desaprendendo a escrever.


OS OLHOS DA RUA
Gerimaldo Nunes
[ in Correio das Artes. João Pessoa, 1996 ]

meu pai espiava a rua
de uma forma diferente
colhia cada pedra
cada paralepípedo

olhos abertos
fixos.
desvendava assim mundos
que muitas vezes nem existia

roubei do meu pai seus olhos
e seu olhar.
devoro a rua
com a mesma fome,
o mesmo medo.
e crio monstros invisíveis
pra me distrair.


TRÊS PEQUENOS LIVROS,
TRÊS PEQUENAS JÓIAS

Há uma nova editora em Natal, com o sugestivo nome de Flor do Sal (emeio: flordosal@uol.com.br), "um pequeno atrevimento editorial, na contramão do lugar e do tempo". E que acaba de lançar seus primeiros livros, em formato de bolso: Menina gauche (poesia, 52p.), de Ada Lima; O poema do caminhão (auto/opereta, 128p.), de Sebastião Vicente; O pastoreio do boi (poesia, 56p.), de Márcio Simões. A rigor, são três pequenas jóias da literatura potiguar: três obras que nos enriquecem como leitores e criadores.

6 comentários:

Marcelo F. Carvalho disse...

Este poema de Gerimaldo Nunes
é lindo!

Maria Maria disse...

Amei esses poemas de Ada Lima. Beijos do espartilho

Francisco Sobreira disse...

Moacy,
Gostei também do poema de Gerimaldo. E de você relembrar Rejane Medeiros. Um abraço.

Anônimo disse...

Moacy Cirne.


Belas indicações...Esse espaço é um "atrevimento" de bom gosto e cultura que estão ladeados sempre, para o nosso deleite.


Beijos Poéticos.
;**

Anônimo disse...

amei os olhos da rua. beijos, pedrita

Anônimo disse...

Rejane Medeiros tinha uma beleza sertaneja, seridoense, muito nossa: vim saber dela folheando revistas velhas nos fins da década de 80. Bom relembrá-la... Por onde andará?