quarta-feira, 9 de julho de 2008


Praia de Botafogo
nos idos do Rio Colonial:
concepção gráfica de
Camões


BALAIO PORRETA 1986
n° 2363
Rio, 9 de julho de 2008


O espetáculo na sociedade corresponde a uma fabricação concreta da alienação. A expansão econômica é sobretudo a expansão dessa produção industrial específica. O que cresce com a economia que se move por si mesma só pode ser a alienação que estava em seu núcleo original.
(Guy Debord. A sociedade do espetáculo, 1967)


Memória
MEU PRIMEIRO POEMA
Publicado na Folha Estudantil, de Jardim do Seridó (RN),
no segundo semestre de 1962

P O E M A
de Moacy Cirne


Contrariando John Donne
sou
uma ilha deserta.
Será que os sinos dobrarão
por mim?


POEMA DE NEL MEIRELLES

girassóis

o amor apascenta
as pequenas
gotas de beijos
que descansam
nos teus olhos

( os girassóis quase sempre
sonham horizontes azuis )

[ in Fala Poética ]

LEITURAS & RELEITURAS
DO MOMENTO

Visões do Rio de Janeiro Colonial
Antologia de textos (1531-1800),
de Jean Marcel Carvalho França.
Rio de Janeiro: EdUERJ ; José Olympio, 1999, 262p.

"Seus habitantes são limpos e de uma circunspeção comum aos de sua nação. Em geral, são possuidores de numerosos escravos e de famílas inteiras de índios, mantidas a contragosto nos engenhos. Os escravos ocupam-se da quase totalidade dos trabalhos da casa, o que torna os habitantes moles e afeminados, ao ponto de serem incapazes de se abaixar para apanhar um alfinete." (François Froger, 1695, p.52)
"Estes senhores que governam as colônias só têm em conta seus interesses. ... Creio que o dinheiro tem aqui o mesmo poder de persuasão que tinha em Roma, nos tempos de Juvenal." (Journal d'un voyage, autoria anônima, 1703, p.59)
"Devo dizer que há belas brasileiras. Uma delas, nossa vizinha, é de uma beleza incomparável. Ela tem alguma coisa de tão tocante e surpreendente que, a primeira vez que a vi, fiquei meio aturdido." (idem, 1703, p.60) [Em tempo: apesar de muito insistir, o francês em questão 'nada conseguiu' com a jovem brasileira.]
"A maioria desses homens [os portugueses no Brasil] é totalmente avessa ao trabalho, preguiçosa e muito inclinada à volúpia. Nem mesmo os padres e os monges estão isentos desses vícios. A luxúria, especialmente, tornou-se tão familiar entre eles que sequer se dão ao trabalho de ocultá-la." (idem, 1703, p;64)
"Creio que todos estarão de acordo em admitir que as mulheres das colônias espanholas e portuguesas da América meridional concedem seus favores mais facilmente do que aquelas dos países civilizados. No que se refere ao Rio de Janeiro, algumas pessoas chegam a afirmar que na cidade não há uma única mulher honesta." (James Cook, 1768, p.134)
"Essas damas [as mulheres locais] são todas muito morenas, seus belos cabelos são negligentemente penteados - o que lhes confere uma charmosa simplicidade - e seus grandes e voluptuosos olhos negros revelam um caráter naturalmente inclinado para o amor." (Evariste Parny, 1773, p.144)
"A população é composta por portugueses, negros e mulatos, sendo a proporção entre brancos e negros de um para 14. Os escravos, na sua maioria, andam quase nus, cobrindo somente a vergonha." (Friedrich Ludwig Langstedt, 1782, p.172)
"Pela dimensão da cidade do Rio de Janeiro, estima-se que nela habitem cerca de 60 mil almas, entre homens livres e escravos. Contudo, os visitantes que passam por essa urbe não podem contar com albergues, hotéis ou qualquer outro tipo de alojamento. Tampouco podem dispor de algum tipo de divertimento, a não ser uma espécie de taverna situada no lado direito da praça principal." [Atual Praça XV.] (George Barrington, 1791, p.217)

4 comentários:

Iara Maria Carvalho disse...

Caro Moacy, estamos fervilhando com algumas idéias aqui no Seridó e gostaria de obter alguma ajuda sua acerca de novos poetas aqui da região. Você tem alguns nomes e contatos? Agradeceria se pudesse me transmitir. O e-mail é o mesmo: macabea33@gmail.com.

A propósito de poetas, é sempre bom vê-lo em poemas aqui no Balaio.

Beijos.
Iara

Cláudia Magalhães disse...

Passando para ler os seus belos poemas. O seu blog é muito inspirador, amigo. Beijos.

Anônimo disse...

Olá Moacy, obrigada por sempre aparecer no elienenews.Estou sempre por aqui olhando suas coisas lindas.Bj grande. Coloquei uma montagem relembrando o nosso passeio na caatinga

Marco disse...

Fiquei curiosíssimo para conhecer este livro, caro mestre Moacy. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.