sábado, 16 de agosto de 2008

Um disco de Dorival.
Um disco de 1954.
Um disco para sempre.


BALAIO PORRETA 1986
n° 2401
Natal, 16 de agosto de 2008

Na história do cancioneiro brasileiro, o baiano Dorival Caymmi ocupa um lugar especial: um cancioneiro marcado por mares e marés, marinas e morenas. Ontem como hoje, é doce mergulhar em suas canções praieiras.


DORIVAL CAYMMI (1914-2008)
Eduardo Goldenberg
[ in Buteco do Edu ]

O BUTECO cumpre o doloroso dever de informar a todos aqueles que aqui chegarem nesse sábado de céu azul e calor confortante, que subiu aos céus, hoje cedinho, pra conversar com Oxum mais de perto, Dorival Caymmi.

O que se beber hoje, não apenas no balcão imaginário, será em homenagem a ele - um dos maiores compositores do mundo.

Lembro-me da primeira vez que ouvi uma canção do Caymmi. Foi quando meu pai, assobiando ACALANTO, tentava fazer meu irmão dormir. Sabe-se lá por quais razões, essa certeza mora em mim: foi assim, desse jeito, que ouvi a primeira canção de Dorival Caymmi. Lembro-me, um bocado mais tarde, de meu pai (de novo e sempre ele) chegando em casa com um LP duplo, presente de final de ano da PETROBRAS, onde meu velho trabalhou a vida inteira, com Caymmi cantando ao vivo, no Teatro Castro Alves, em Salvador, acompanhado apenas por seu próprio violão.

Ouvi esse disco centenas de vezes. Decorei cada letra, aprendi a tocar cada uma delas no violão, e - ah, nossas maluquices... - passei a sonhar com o dia em que eu conheceria a Bahia e a cidade de Salvador.

Fui conhecer Salvador muito depois, há poucos anos, e não saberia explicar a vocês - as maluquices não nos deixam nunca! - o por quê disso, mas senti uma emoção indescritível quando pisei naquela terra.

Tudo o que eu vi, tudo o que eu ouvi, cada cheiro que senti, eu já conhecia. Cada baiana, cada ladeira, cada beco, cada igreja, cada praia, eu já conhecia.

Graças a ele.

8 comentários:

Maria Maria disse...

É. Dorival Caymmi se imortalizou no mar da música brasileira com as bênçaos de Oxum e dos acordes e letras musicais. um abraço de cá

Vais disse...

Saudações Moacy,
'o mar quando quebra na praia, é bonito...'
tem também aquela do bem na terra e do bem no mar...
e outras e outras
abração

Pedrita disse...

"é doce morrer no mar". bela homenagem. beijos, pedrita

Francisco Sobreira disse...

Moacy,
Boa a idéia de homenagear Caymmi, um dos nossos grandes compositores. Ele foi bom não só quando cantou a Bahia, mas até em músicas românticas, como a antológica Marina, Não tem solução e tantas outras. Abraço.

Jeanne Araujo disse...

Seu texto sobre Caymmi e sobre seu pai, me emocionou. Muito. bjos

Moacy Cirne disse...

Cara JEANNE: O texto sobre Caymmi é do blogueiro Eduardo Goldenberg. Um beijo.

benechaves disse...

Pois é, Moacy, mais um grande compositor que nos deixa saudade. Felizmente ficam suas músicas na memória de todos nós.

Um abraço...

Marco disse...

O Brasil fica mais triste sem Dorival. O seu jeitão de PAZ, a forma que ele cantava, com aquela voz de maresia, as canções quenparecem roteiro de curta-metragem... Vá com Deus, Caymmi. A gente já está com saudades. Carpe Diem.