segunda-feira, 8 de setembro de 2008


Natal:
Praia dos Artistas

(Foto: autoria não-identificada)


BALAIO PORRETA 1986
n° 2419
Natal, 8 de setembro de 2008


Não é fácil lembrar-me de como e por que escrevi
um conto ou um romance. Depois que se despegam de mim,
também eu os estranho.

(Clarice LISPECTOR. Para não esquecer, 1978)


BALAIO: 22 ANOS

No dia 8 de setembro de 1986, em Niterói, RJ, nas dependências do Instituto de Arte e Comunicação Social, da Universidade Federal Fluminense, era lançado o Balaio. Inicialmente, tratava-se de uma simples folha informativa da Chefia do Departamento. Depois, aos poucos, foi adquirindo vida própria e passou a ser um dos meus exercícios literários preferenciais para apreender e fixar um possível saber militante. Durante 17 anos, acumulando 280 mil cópias xerográficas em mais de 1.500 números, o Balaio circulou no interior da UFF, publicando poemas, textos, pesquisas, distribuindo livros, revistas e camisinhas, enfrentando lutas políticas e promovendo lutas anticulturais. A partir de 2003, o seu universo passou a ser o virtual. E aqui estamos. Sem medo de "ver com os olhos livres" (Oswald).


|P|O|E|M|A|
Moacy Cirne

no poço da bonita
- aventuras acauãs -
sonhemos
o poema
e o inventário dos amanheceres

no poço da moça
- linguagens seridolãs -
construamos
o poema
e a alegria das palavras

no poço de santana
- lembranças tananãs -
sonhemos
o poema
e a catedral dos entardeceres


22 LIVROS FUNDAMENTAIS
PARA SE CONHECER O RIO GRANDE DO NORTE
segundo a minha particular leitura crítica,
sujeita a revisões, morangos e trovoadas


1. História da Fortaleza da Barra do Rio Grande (Hélio GALVÃO, 1979)
2. Índios do Açu e Seridó (Olavo de MEDEIROS Filho, 1984)
3. Notas para a história do Rio Grande do Norte
(Olavo de MEDEIROS Filho, 2001)

4. Introdução à história do Rio Grande do Norte
(Denise Mattos MONTEIRO, 2002)

5. Nomes da terra (Luís da Câmara CASCUDO, 1968)
6. Seridó (José AUGUSTO, 1954)
7. Velhos costumes do meu sertão (Juvenal LAMARTINE, 1965)
8. Homens de outrora (Manoel DANTAS, 1941)
9. A penúltima versão do Seridó (Muirakytan MACEDO, 2005)
10. Sertões do Seridó (Oswaldo Lamartine de FARIA, 1980)
11. Personalidades históricas do Rio Grande do Norte
(José T. ROSAS, coord., 1999)

12. A fala proibida do povo (Geraldo QUEIROZ, 1989)
13. Índios, colonos e missionários na colonização
da Capitania do Rio Grande do Norte

(Fátima Martins LOPES, 2003)
14. Vocabulário do criatório norte-rio-grandense
(Oswaldo Lamartine de FARIA & Guilherme de AZEVEDO, 1966)
15. A modinha norte-rio-grandense (Cláudio GALVÃO, 2000)
16. A aposta de Luís Ignácio Maranhão
(Maria Conceição GÓES, 1999)

17. Informação da literatura potiguar (Tarcísio GURGEL, 2001)
18. Livro de poemas (Jorge FERNANDES, 1927)
19. As pelejas de Ojuara (Nei Leandro de CASTRO, 1986)
20. Os brutos (José Bezerra GOMES, 1938)
21. Livros das velhas figuras /vários volumes/
(Luís da Câmara CASCUDO)

22. 1964. Aconteceu em abril (Mailde PINTO)
& Sem paisagem (Moacyr GÓES)


O GOLPE NA ALMA

Será hoje, a partir de 17h, no Cais 43 (Ponta do Morcego, Natal), o lançamento do livro O golpe na alma, de Marcius Cortez (São Paulo: Pé-de-chinelo, 2008): vigoroso testemunho dos anos 60, sobretudo no Recife de Paulo Freire & Miguel Arraes. (Mas também na São Paulo dos primeiros anos da ditadura.) O escritor e publicitário Marcius Cortez, que, muito jovem, marcou época em Natal (1961), revela-se, aqui, admirável ao mostrar, em grande estilo, a dureza antidemocrática do militarismo golpista instalado no Brasil em 64. O próprio Marcius Cortez foi vítima do golpe. Na alma e no corpo.


A CINEMATECA IMAGINÁRIA

Numa edição do Sebo Vermelho, lançaremos na próxima quarta, a partir de 19h, na locadora 100% Vídeo (Petrópolis, Natal), o livro A cinemateca imaginária; as obras-primas de todas as paixões.

6 comentários:

marilia disse...

Parabéns ao balaio, blog anterior à internet! Só alguns meses mais novo que eu!!

abç

Anônimo disse...

Parabéns ao Balaio, parabéns ao |P|O|E|M|A|, sobretudo!

o refúgio disse...

"lembranças tananãs' e sonho nham nham nham... Ah, hoje mesmo mandarei construir, em tempo recorde, uma ponte que rasgue o céu ligando Recife à Natal: estarei presente no lançamento do livro. ;-)
Beijos.

Dilberto L. Rosa disse...

Nome mais que perfeito para esta bela praia... Belo poema e bela eternidade ao Balaio! Abração, meu caro sumido!

Maria Maria disse...

Decerto que sim. Uma Cleópatra dotada de artimanhas seridoenses.
Obrigada pela visita. Beijos

Anônimo disse...

Gostei,fica até repetitivo, mas gostei e não posso fazer nada contra isso. rsrs, um abração carinhoso