POEMA de
CHICO DOIDO DE CAICÓ [RN]
[Dedicado a José Limeira] 
Prezada Dona Chica de Igapó: 
Venho, de novo respeitosamente, 
Com a minha filosopotia pai d'égua, 
Solicitar a tua quente goiabinha 
Para o meu particular uso e abuso. 
Prometo que saberei borogodeá-la 
Sem mais, sem menos, sem talvez 
Pelo menos uma vez por mês 
Limeirando uma, duas ou três. 
Do teu Chico que nasceu em Caicó 
País de cabra macho e de jumentos 
Que adoram apreciar o luscofusco 
De tangerinas e lobisomens. Arre égua, 
Acabo de me lembrar agora: o Peru 
Ganhou a guerra da Coréia 
Com a força de sua idéia. 
Passa, passa, passatempo, 
Tempo, tempo, passa lento, 
Jesus Cristo nasceu em Caicó 
E morreu em Jardim do Seridó 
Assim diz o Novo Testamento.
BALAIO PORRETA 1986
nº 2004
  Rio, 26 de abril de 2007
GLOSSÁRIO NORDESTINO 
Abestado : Tolo, abestalhado 
Abufelado : Irritado, puto da vida 
Afogar o jegue : Trepar, fuder, champrar 
Afuleimado : Valentão, briguento, nervosinho 
Agora deu! : Essa não! 
Alcane : Pênis, jiribaita, maçaroca 
Amufambado : Escondido, entocado 
Arretado(a) : Coisa boa 
Atucanar : Azucrinar, encher o saco 
Avexado : Encrencado, aperreado 
Avexar : Apressar, dar urgência 
Azuladinha : Cachaça, pinga, mata-bicho, mandureba 
[ in Dicionário do Nordeste, de Fred Navarro ] 
TROVAS E TROVOADAS
de LUIZ FRANCISCO XAVIER (DEDÉ),
POETA POPULAR DO RIO GRANDE DO NORTE
EM LIVRO EDITADO EM 1996 
Mote:
Tem sinônimo adoidado
o ânus que a gente tem. 
Glosa: 
Furico, boga, frezado, 
é roda, rabo, roscofe, 
ás de copas, rosa-bofe, 
tem sinônimo adoidado. 
Bumbum, isqueiro, rosado, 
bufante, bunda, xerém, 
traseiro, frasco e sedém, 
é apelido pra chuchu, 
também chamado de cu 
o ânus que a gente tem. 
Mote:
Tomei cachaça no céu,
Lá no hotel de Jesus. 
Glosa: 
Levando um litro de mel 
dessa abelha italiana, 
com muita santa bacana 
tomei cachaça no céu. 
Aprontei, fiz escarcel, 
dancei com defuntos nus, 
quebrando a famosa cruz, 
os anjos bateram palmas. 
Sonhei mais cantando as almas 
lá no hotel de Jesus. 
[ in Balaio Incomun 1273, de 26/04/2000]
POEMA de RONALDO SANTOS (RJ)
um lance de dados jamais abolirá os doidos
um lance de doidos jamais abolirá os dados
[ Releitura de
um lance de dados jamais abolirá o acaso (Mallarmé),
in Poesia jovem: Anos 70, de Heloísa Buarque de Hollanda & outros, 1982 ]
3 comentários:
Caríssimo Moacy,
saudades.
O Chico doido é mesmo um cabra da peste. O mais interessante do Chico é um traço sutil que me faz lembrar uma pessoa muito especial.
Forte abraço.
Felipe, SM
O dicionário de Navarro, guardo-o como tesouro.
rsrsrs... achei!!
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